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18/Mai/2022

BOA SAFRA SEMENTES tem perspectivas positivas

A Boa Safra Sementes, uma das principais produtoras de sementes de soja do Brasil, com atuação em 11 Estados, registrou prejuízo líquido de R$ 7,001 milhões no primeiro trimestre deste ano. O resultado negativo ficou 147% superior ao reportado em igual período do ano passado, de R$ 2,838 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ficou negativo em R$ 16,296 milhões ante resultado também negativo de R$ 145 mil reportado no primeiro trimestre do ano passado. A queda é justificada, principalmente, pelo aumento dos custos dos produtos vendidos, por despesas de vendas e administrativas. A margem Ebitda recuou 20,8 pontos porcentuais na mesma base comparativa, de 1,08% negativa para 21,87% negativa. A receita líquida da companhia cresceu 455% no período, de R$ 13,43 milhões no primeiro trimestre de 2021 para R$ 74,51 milhões no primeiro trimestre deste ano. A empresa atribui o crescimento à venda de estoques da safra passada e de grãos no trimestre.

A Boa Safra afirmou, em comunicado para investidores, que seus resultados trimestrais estão relacionados à sazonalidade da operação, ou seja, ao plantio e colheita de soja. O primeiro trimestre é sazonalmente período de baixo faturamento e resultado, de grande volume de vendas, de custos e despesas elevados, início da formação de estoque, alta necessidade de capital de giro para compra de matéria-prima e de início da colheita e beneficiamento das sementes. A alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) da Boa Safra ficou negativa em 2,35 vezes ao fim do primeiro trimestre deste ano, ante 1,5 vez positiva reportada no primeiro trimestre do ano passado. O Capex (investimento realizado no trimestre) da empresa foi de R$ 74,32 milhões - 187,5% mais que no primeiro trimestre do ano passado, de R$ 5,48 milhões. Segundo a empresa, o Capex foi puxado pelas linhas de obras em andamento e adiantamento de imobilizado - investimentos destinados, principalmente, às suas obras de expansão.

A companhia informou também que no primeiro trimestre deste ano registrou avanço de 58,8% na carteira de pedidos. Segundo a sementeira, os pedidos firmados no período somaram R$ 742 milhões em contratos de venda a performar, ante R$ 467 milhões do primeiro trimestre do ano passado. A empresa informou que o incremento no preço, a antecipação das negociações e o volume de pedidos a faturar contribuíram para essa variação. Da carteira total, 90% trata-se de pedidos envolvendo semente com biotecnologia embarcada. Até abril, a Boa Safra recebeu 203,02 mil toneladas de soja como matéria-prima que será beneficiada pela empresa e comercializada para a safra 2022/2023. O volume é 22,3% maior que o obtido em igual período do ano anterior, de 166,72 mil toneladas. Segundo a Boa Safra, a colheita da soja nos campos de produtores integrados à companhia alcançou 80% ao fim de março e foi finalizada em abril deste ano, em área de 105 mil hectares na safra 2021/2022 (aumento de 31,3% ante o ciclo passado).

No período, a companhia também concluiu a primeira linha de produção da planta de Jaborandi (BA). O primeiro trimestre foi marcado pelo grande avanço no beneficiamento das sementes de soja, influenciado pelo adiantamento da colheita devido a melhores condições climáticas neste período, e pelo início das obras das novas expansões", disse a empresa no comunicado para investidores. Em abril, a companhia anunciou o início das obras de uma unidade de beneficiamento de sementes em Primavera do Leste (MT), com capacidade de produção e armazenagem de 20 mil big bags. Os resultados da Boa Safra Sementes no primeiro trimestre deste ano refletem a sazonalidade do negócio. Hoje, 99% do negócio é semente de soja e, por isso, está atrelado ao seu ciclo. O primeiro trimestre é o período que a matriz da semente está sendo colhida no campo. É um período de grandes despesas e baixíssimo faturamento de valor agregado. É um trimestre até prejudicial para o caixa, mas esperado pela sazonalidade da operação. O primeiro e o segundo trimestres são muito pouco indicativos para o negócio.

Sazonalmente, janeiro, fevereiro e março são "ruins" em faturamento, enquanto o terceiro e o quarto trimestre são melhores. O agricultor pede a compra no primeiro e segundo trimestres, mas só finaliza e retira quando começam as chuvas a partir do terceiro trimestre. Em virtude da sazonalidade da operação, olhar o acumulado do ano parece mais adequado. O desempenho da companhia no primeiro trimestre deste ano está em linha com as expectativas. O resultado veio dentro do esperado porque o primeiro e o segundo trimestres do ano são os de maior custo fixo e despesas subiram. O resultado do negócio fica para o segundo semestre. Este período antecipa os resultados que vão ocorrer a partir do terceiro trimestre. Como resultado positivo do período, destaca-se o aumento de 58,8% na carteira de pedidos na comparação do primeiro trimestre deste ano ante igual período do ano passado, para R$ 742 milhões em contratos de venda a se concretizarem. No primeiro trimestre do ano passado, a empresa faturou R$ 13 milhões e fechou com carteira de R$ 467 milhões em pedidos.

São pedidos firmes que se transformam em vendas no terceiro e no quarto trimestre com faturamento de valor agregado. Neste ano, a empresa está saindo com carteira muito forte de R$ 742 milhões, 58,8% acima. A Boa Safra tem expectativa de que esses R$ 742 milhões de pedidos se transformem em faturamento a partir do terceiro trimestre deste ano. É um ótimo crescimento anual em número e em volume de grãos recebidos, de 21,8%, para 203 mil toneladas de soja. A Boa Safra está otimista com o seu potencial de resultados e com a demanda por sementes para este ano. A carteira de pedidos do primeiro trimestre, de R$ 742 milhões de pedidos a performar (a partir do terceiro trimestre), reforça nosso otimismo. O histórico mostra que de 85% a 90% dos pedidos se traduzem em vendas líquidas. Outro fator que tende a estruturar o crescimento da companhia é o aumento de 30% na capacidade produtiva dos atuais 130 mil big bags para 170 mil big bags, viabilizados pela expansão de centros de distribuição e unidades de beneficiamento de sementes.

De um lado, há crescimento na capacidade produtiva. Por outro, aumento de pedidos com potencial incremento de preços. Essas vendas serão concretizadas no segundo semestre, finalizando um bom ano. Um terceiro indicador para sustentação do crescimento da empresa é o incremento no volume recebido de soja da safra 2021/2022, de 22,3%, para 203,02 mil toneladas de matéria-prima que será beneficiada pela empresa e comercializada para a safra 2022/2023. Destaca-se que 90% dos pedidos da carteira encerrada no primeiro trimestre são sementes com biotecnologia embarcada, ou seja, com maior valor agregado. A empresa está indo muito bem na venda de sementes tratadas. No ano passado, aumentou o volume de vendas de sementes tratadas em 75% ante o ano anterior. A demanda por sementes com tecnologia e tratamento continua crescente. O elevado custo de produção das culturas agrícolas leva o produtor a investir em sementes de maior qualidade, como as com biotecnologia embarcada que possuem maior teor de germinação e vigor.

Com aumento do custo de produção, principalmente de insumo e fertilizantes, o produtor tem comprado materiais que entregam maior qualidade e que entregam o resultado esperado. Neste ano de lavouras caras, o produtor está com medo de errar, por isso escolhe tecnologia de melhor qualidade. Apesar do incremento elevado no custo de produção, a margem de rentabilidade da soja ainda está boa, o que permite o investimento do produto em tecnologia para a lavoura. Para a próxima safra, a margem do produto (soja) deve voltar para a média e a lavoura deve ser mais cara que nos últimos anos. Com isso, o produtor tem decidido a não economizar em sementes com biotecnologia. Em meio à demanda firme pelos seus produtos, a Boa Safra segue investindo na expansão das suas plantas. A empresa está construindo centro de distribuição em Balsas (MA) e em Sorriso (MT), que terão capacidade de armazenagem inicial de 20 mil big bags cada. A expectativa é que a obra de Primavera do Leste fique pronta em fevereiro do ano que vem e os centros de distribuição devem ficar prontos no fim deste ano.

Além destes três projetos, a companhia já estuda o planejamento de novas plantas e centros de distribuição. O objetivo da empresa é ter 14 unidades espalhadas pelo País. Hoje conta com 6: Formosa (GO), Cabeceiras (GO), Buritis (MG), Água Fria (GO), Planaltina (DF) e a de Jaborandi (BA). A expectativa anunciada pela companhia na abertura de mercado era de atingir capacidade produtiva de 360 mil big bags em 2026. Hoje, tem capacidade de 130 mil big bags, encerrará o ano com capacidade de 170 mil big bags e entrará em 2023 com 190 mil big bags. Com a expansão, a meta é atingir uma maior fatia de mercado, hoje de 6%. Sobre a localização destas futuras plantas, a ideia é manter as unidades de beneficiamento nos principais polos agrícolas do País, enquanto os centros de distribuição devem ficar em um raio de até 300 Km das áreas de produção. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.