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12/Mai/2022

Fertilizantes: UNIGEL avalia novos investimentos

Novos investimentos da petroquímica Unigel no mercado brasileiro de fertilizantes vão se tornar viáveis, em parte, pelo Plano Nacional de Fertilizantes, lançado pelo governo em março deste ano. Se não fosse o plano e infraestrutura prevista por trás dele, não seria possível pensar em ampliações. É o arcabouço legal do plano que permite à empresa ter segurança jurídica e contar com infraestrutura de mercado para avançar na expansão do setor. A empresa está contando com a ampliação da rede de dutos, ampliação de escoamento, ampliação da oferta de gás natural com livre mercado, desoneração de investimentos, isonomia tributária entre importado e produzido nacionalmente, tudo previsto no plano. São pontos chave para que se possa considerar investimento e ampliação no País.

O projeto é fundamental para o Brasil reduzir a dependência de adubos importados, hoje de 85%. O Brasil como país não ter dependência tão elevada. Essa dependência tem de ser eliminada. O governo está totalmente alinhado com isso. É um plano de País. Se o agro, é o principal componente do Produto Interno Bruto (PIB), o setor não pode depender tanto de importação. Essa dependência não será reduzida do dia para a noite. É um plano de 50 anos. Grandes investimentos demoram para maturar e o primeiro passo foi dado. Nesta semana, a Unigel anunciou investimento de R$ 600 milhões para ampliar a sua produção de fertilizantes no País. O montante vai para uma nova planta de ácido sulfúrico em Camaçari (BA), com capacidade instalada de 450 mil toneladas por ano em mercado que importa cerca de 585 mil toneladas por ano, e para reativar a unidade de sulfato de amônio em Laranjeiras (SE).

Ambos os projetos devem entrar em operação até o segundo trimestre do ano que vem. Com a ampliação em Laranjeiras, a capacidade de produção de sulfato de amônio da companhia passará de 350 mil toneladas por ano para 670 mil toneladas por ano e sua participação de mercado subirá de 10% para 20%. Além dos projetos atuais de curto prazo, a companhia estuda novos investimentos para médio e longo prazo. O Brasil ainda seguirá sendo um grande importador de fertilizantes. A empresa vai seguir investindo no tema. A intenção é seguir crescendo, especialmente em aumentar a produção de ureia. Hoje, a empresa atende a 15% da demanda nacional de ureia, com capacidade instalada de produção de 1,125 milhão de toneladas. Foi feito um grande investimento para reativar unidades arrendadas da Petrobras.

Agora, a empresa ganha fôlego para encarar novo investimento grande antes de 2030. Esses aportes podem ser tanto por expansão orgânica, por meio de ampliação das plantas atuais ou de novas plantas em até mesmo outras regiões, quanto por possível arrendamento de ativos hibernados da Petrobras, pelos quais admite interesse. A empresa olha várias alternativas de expansão de produção. A exploração de ativos da Petrobras seria uma dessas alternativas. A Unigel já tem duas plantas arrendadas da estatal ao fim de 2019: a de Camaçari (BA) e a de Laranjeiras (PE). Hoje, no Brasil há dois ativos hibernados que podem produzir ureia, a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3) da Petrobras de Três Lagoas (MS), que já esteve em processo de arrendamento, e outro menor, a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR) de Araucária, também da Petrobras.

Há outros eventuais projetos greenfield de médio e longo prazo, mas ainda existe potencial de explorar estes ativos no País, este projeto interrompido. No momento, a companhia afasta, contudo, fusões e aquisições (M&As) de misturadoras brasileiras. Neste momento, a empresa desconhece estrategicamente, além dos ativos da Petrobras, outros ativos que têm escala e tecnologia de ponta que pudesse estar dentro do nosso projeto de ampliação de fertilizante base. A Unigel observa grandes ativos competitivos mundialmente e que possam dar grande salto de produção. A estrutura financeira atual da petroquímica permite planejamento de grandes projetos.

A Unigel está muito bem estruturada para pensar em novos investimentos e para planejar a forma que serão endereçados esses investimentos nos próximos anos. O valor a ser aportado no médio e longo prazo ainda não está definido pela Unigel. No caso das unidades arrendadas, tem determinado nível de investimento e projeto próprio novo exige um nível de investimento muito maior. A depender da opção que fizermos para ampliação, a demanda de recursos varia. A companhia encerrou o primeiro trimestre do ano com receita líquida de R$ 2,52 bilhões (R$ 1,07 bilhão veio do agro) e alavancagem, relação entre Ebitda e dívida líquida de 1,08 vezes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.