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09/Mai/2022

Fertilizantes: Brasil negocia com os países árabes

O ministro da Agricultura, Marcos Montes, chegou à Jordânia na sexta-feira (06/05), onde inicia uma visita aos países árabes que se estenderá até o dia 14 de maio, a fim de reforçar o comércio agrícola do Brasil com o bloco, com foco principal na importação de fertilizantes e na exportação de proteína animal. Parte das negociações (fertilizantes e proteína animal) ocorrerá diretamente com a iniciativa privada árabe. Já entre governos, a agenda passa também por aberturas de novos mercados e segurança alimentar. A missão é de alta prioridade para o ministro. Além da Jordânia, a delegação passará também por Egito e Marrocos. Na agenda da delegação governamental constam encontros com fabricantes de fertilizantes, importadores de proteínas e com representantes da Agricultura do governo de cada país. Na Jordânia, o principal tema será o fornecimento, para o Brasil, de fertilizantes potássicos e fosfatados, e, no Egito, de nitrogenados. Já no Marrocos, fosfatados.

É um tema estratégico para o Brasil, pela alta dependência do País com fertilizantes, especialmente potássio. O Brasil já cliente desses países e um importante comprador desse insumo. Não há um volume específico almejado pelo governo como meta de ampliação das compras. A quantidade vai depender dos próprios agentes do setor privado. A mensagem que a comitiva quer passar é que, assim como contam com o Brasil como fornecedor de alimentos, o País conta com a parceria deles como fornecedores confiáveis de fertilizantes. No ano passado, o Brasil importou 9,979 milhões de toneladas de adubos dos países da Liga Árabe, com desembolso de R$ 4,21 bilhões, o que representa 24% do total importado pelo Brasil. A principal origem é o Marrocos, que ocupa o quarto lugar no fornecimento total de adubos ao País em volume, atrás de Rússia, China e Canadá.

Estudo apresentado pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira ao Ministério da Agricultura em março mostra que os principais países árabes exportadores de adubos para o Brasil poderiam mais do que dobrar suas vendas ao País. Há também intenção de apresentar o potencial de atração de investimentos do Brasil. Um player de fertilizantes já sinalizou interesse em expandir a operação no Brasil e haverá encontro da comitiva ministerial com esta indústria. A empresa já possui negócios no Brasil e quer ampliar a operação. Também há potencial para o Brasil comprar mais frutas, castanhas e temperos dos países árabes. O Brasil precisa diminuir um pouco o desequilíbrio da balança e aumentar importações de alguns itens. Do ponto de vista econômico e de logística, o País precisa importar mais, até mesmo como carga de retorno.

Na frente da exportação, entre os produtos possíveis de serem ampliados na comercialização do Brasil aos países árabes, pode-se citar frango e carne bovina, produzidas sob o método Halal (produção segue os princípios islâmicos). São mercados significativos para proteínas brasileiras, principalmente Egito e Marrocos. O Brasil não tem nenhuma grande pendência com esses países em termos de abertura de mercado, mas tem algumas demandas de habilitação de novas plantas brasileiras para exportação, especialmente para o Egito. Uma lista de frigoríficos brasileiros foi enviada anteriormente ao Egito e aguarda, agora, avaliação dos órgãos competentes. A pasta pretende debater também com os pares árabes a possibilidade de adoção de habilitação de frigoríficos brasileiros no sistema de "pre-listing", em que o ministério indicaria as plantas adequadas aos protocolos fitossanitáros para habilitação. Em 2021, as exportações de produtos do agronegócio brasileiro para a Liga Árabe cresceram 9,52%, alcançando receita de US$ 8,92 bilhões.

Os principais itens da pauta exportadora, em faturamento, são açúcar, frango, milho, carne bovina e soja. Além da pauta comercial, a segurança alimentar será outro tema a ser tratado pelo ministro com seus pares governamentais em cada um dos países visitados. É um tema muito caro aos países árabes que não possuem condições de produzir o que consomem por questões climáticas. Eles dependem da importação de alimentos e o Brasil vai reforçar o fornecimento confiável. Contribuições bilaterais sempre estão presentes nas discussões. Após a viagem aos países árabes, a comitiva ministerial, desta vez sem a presença do ministro, terá como destino Israel. A agenda no país, de 15 a 20 de maio, será ampla, desde a ampliação da importação brasileira de fertilizantes à tecnologia e inovação. O país é um polo de startups voltadas ao agronegócio, além de ser referência em ciência e irrigação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.