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09/Mai/2022

3TENTOS investe em expansão e novas unidades

A fábrica que a 3tentos, de distribuição de insumos agrícolas, originação de grãos e processamento, está construindo no município de Vera (MT) ficará pronta para originação de milho 2ª safra de 2022 em junho. A planta já está 50% pronta, acima dos 43% projetados. O volume de milho originado em Mato Grosso será maior do que o previsto. Além de estrutura de silos para receber de produtores soja e milho, a fábrica também terá uma capacidade inicial de processamento de soja de 3 mil toneladas por dia e de produção de mil metros cúbicos por dia de biodiesel. O processamento em Vera (MT) deve começar em 2023, em maio ou junho. A capacidade inicial de esmagamento será de 2,6 mil toneladas por dia e a planta está preparada para, com pequenos ajustes, chegar a 4 mil toneladas por dia no fim de 2023. Em Mato Grosso, do plano original de abrir 8 lojas na região da BR-163, e 3 já foram inauguradas: em 2021, na cidade de Sinop, e, em 2022, nas cidades de Sorriso e Matupá.

No Rio Grande do Sul, foram abertas 7 novas lojas em 2021, 1 unidade a mais do que o previsto, nas cidades de Alegrete, Erechim, Palmeira das Missões, Santiago, São Borja, Uruguaiana e Vacaria. Em 2022, serão abertas 5 lojas no Estado, totalizando 52. A ampliação da capacidade de processamento de soja na planta industrial de Cruz Alta (RS) deve ser concluída em junho, segundo o executivo, a partir de quando poderão ser processadas 2 mil toneladas por dia, ante mil toneladas atualmente. A perspectiva é de um avanço constante da participação de Mato Grosso na receita da companhia com insumos neste ano. A expectativa era 12%, já é 15% e vai continuar aumentando. O Estado tem hoje 3 lojas da 3tentos e outras 2 ser abertas neste ano. Apesar do peso maior no decorrer do tempo, Mato Grosso também tende a contribuir com margens menores de lucro do que o Rio Grande do Sul, tendo em vista que no primeiro os volumes comprados são maiores, já que as propriedades são mais extensas.

No primeiro trimestre, a demanda por fertilizantes em Mato Grosso ficou aquecida. Normalmente, o primeiro trimestre não é de vendas de fertilizantes muito fortes, mas houve crescimento de 80% no volume de vendas. A receita líquida da companhia com insumos no período chegou a R$ 374 milhões, 28% acima do valor contabilizado em igual período do ano passado. O volume de fertilizantes vendido no Estado seguirá aumentando, bem como os preços. A relação de troca com fertilizantes e o hedge que o produtor faz com empresa trazem possibilidades para ele seguir comprando. Para 2022, a 3tentos trabalha com perspectiva de incremento de área plantada com trigo no Rio Grande do Sul de 30% a 40% na próxima safra. Os produtores do cereal até poderão racionalizar o uso de fertilizantes, mas não deixarão de adubar bem e ter bom cuidado com defensivos na lavoura. Neste ano, a empresa deve originar menos soja para "trading" (comercialização).

A obra de expansão da fábrica de Cruz Alta (RS) deverá estar concluída em junho, a partir de quando a capacidade de esmagamento passará de mil para 2 mil toneladas diárias. No caso de milho e trigo, o foco será comercializar nos momentos mais oportunos para os clientes e para a companhia continuar crescendo e entregando resultados. A empresa também prevê alcançar esmagamento total de 1 milhão de toneladas no Rio Grande do Sul em 2022. Em relação ao biodiesel, tomando por base o mandato B10 (biodiesel com 10% de biodiesel na mistura), a 3tentos já comercializou 50 mil metros cúbicos e prevê vender, até o fim do ano, entre 210 mil e 215 mil metros cúbicos. A empresa acompanha as tratativas de entidades representativas do setor de biodiesel sobre a elevação da mistura e está preparada para o crescimento, se houver aumento de demanda.

Na área digital, atualmente 40% da soja ou do milho originados pela empresa já têm seus preços fixados pelos produtores de forma online, pelo aplicativo da empresa. Os níveis de retorno da 3tentos, medidos pelos indicadores ROIC (retorno sobre capital investido) e ROE (retorno sobre o patrimônio líquido), vêm caindo desde o IPO da companhia, mas este movimento já era esperado, já que havia previsão de um aumento de investimentos e despesas, sem ganhos imediatos. Com o amadurecimento das lojas que vêm sendo abertas desde o ano passado e a conclusão das obras de expansão da fábrica de Cruz Alta (RS), em meados deste ano, e de construção da planta de Vera (MT), em 2023, o retorno deve retornar à trajetória de alta. Desde antes do IPO, foi alertado que os níveis de retorno deveriam ser menores por questões óbvias; a empresa está aumentando a base do capital investido sem o retorno do amadurecimento. O impacto no retorno é resultado do crescimento acelerado da companhia.

O nível adequado deve voltar a partir de 2023 com a conclusão da fábrica de Vera (MT), em junho do ano que vem, e de Cruz Alta (RS) neste ano, que são os dois maiores consumidores de recursos, e destas unidades vai haver receita de forma mais imediata, diferentemente do que ocorre com unidades comerciais (lojas). Dito isto, os níveis atuais de retorno já são elevados. No primeiro trimestre de 2021, o ROIC da 3tentos foi de 35,9%. De lá para cá, caiu progressivamente até chegar a 21,2% no primeiro trimestre deste ano. Já o ROE saiu de 52,7% há um ano, chegou a subir para 56,8% no segundo trimestre de 2021 e depois entrou em trajetória de queda, até atingir 42,1% no primeiro trimestre de 2022. Deve terminar 2022 com ROIC entre 20% e 25% e ROE acima de 40%. As despesas com vendas, gerais e administrativas da 3tentos no primeiro trimestre totalizaram R$ 111,7 milhões, aumento de 95% ante o intervalo correspondente do ano anterior. Do montante, R$ 7 milhões foram destinados à contratação de equipe de vendas em novas lojas.

Outros destaques das despesas com vendas foram R$ 21 milhões em frete, com a maior exportação de trigo e farelo, e aumento do custo logístico e de armazenagem; e R$ 13 milhões em readequação de estrutura para acompanhar o crescimento da companhia, incluindo benefícios, promoções e dissídio, além de despesa não-recorrente com consultoria jurídica. As lojas recentemente abertas, com as quais houve despesas de vendas de R$ 7 milhões, ainda não estão trazendo receita compatível. A expansão também tomou recursos de Capex (investimentos), que no primeiro trimestre somaram R$ 122,6 milhões, dos quais R$ 88 milhões para continuidade da construção da fábrica de Vera (MT), R$ 23 milhões destinados à expansão da fábrica de Cruz Alta (RS) e R$ 8 milhões para abertura de novas lojas em Mato Grosso e no Rio Grande do Sul. Faltam ainda outros cerca de R$ 200 milhões para terminar a fábrica de Vera (MT). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.