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26/Abr/2022

Defensivos: AGROGALAXY aposta em biossoluções

A AgroGalaxy, uma das principais redes de distribuição de insumos agrícolas do Brasil, pretende reduzir em 20%, neste ano, a comercialização de produtos considerados "altamente perigosos" pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Entre eles estão os inseticidas Metomil, bastante demandado para o combate à cigarrinha-do-milho, e o beta-ciflutrina. A ação é uma das metas do Relatório de Sustentabilidade 2021, que será divulgado nesta semana e que traz, além de três compromissos, um conjunto de dez metas que afetarão a remuneração dos colaboradores. Os produtos da lista da OMS considerados altamente perigosos somaram cerca de 2 milhões de litros vendidos pela empresa no ano passado, representando 12,5% da receita total obtida com inseticidas e 4% da receita com agroquímicos.

Além de diminuir em 20% as vendas neste ano, a varejista pretende atingir novas reduções de 20% nos próximos anos, até zerar o comércio destes itens em 2025. São produtos relevantes no subsegmento de inseticidas, por sua efetividade no controle e custo-benefício para o agricultor. A AgroGalaxy tem estudado em seus CTAs (Centro de Tecnologia e Pesquisa) diversos protocolos para substituição considerando a cultura e o alvo. Já existem produtos alternativos e a empresa vem recomendando aos agricultores que optem pelo manejo integrado de pragas. Para o Metomil, especificamente, tem sido comprovada a eficácia, em testes no CTA, de ao menos outros oito tratamentos substitutos, que incluem defensivos biológicos e agroquímicos de menor impacto.

A AgroGalaxy inaugurou um novo CTA em Jataí (GO) neste ano e prevê inaugurar mais dois em 2023. As metas de sustentabilidade da AgroGalaxy para este ano e os próximos incluem também aumentar em 33% as vendas de biossoluções (biodefensivos, bioadjuvantes, biofertilizantes e fertilizantes organominerais) em 2022, dobrar até 2025 e triplicar até 2030. Em 2021, o segmento trouxe à companhia uma receita de R$ 450 milhões, cerca de 10% da receita líquida obtida com insumos, de R$ 4,412 bilhões, e 6,8% da receita total, de R$ 6,581 bilhões. A empresa está aumentando o investimento no segmento por meio de novos CTAs e da marca própria. Certamente é o segmento que crescerá mais rápido na plataforma nos próximos anos, é onde a empresa está investindo mais para crescer, incluindo um time de quase 60 especialistas dedicados a testar, treinar e falar de biossoluções.

As vendas das biossoluções devem ser impulsionadas pela criação, em 2022, de uma linha de financiamento para clientes comprometidos com zero desmatamento, incluindo desmatamento legal. A AgroGalaxy vai além do compliance legal, estimulando a não abertura de novas áreas para produção. O programa ainda está sendo modelado, mas a ideia é que financie a aquisição de biossoluções e envolva outros agentes financeiros que não a empresa. Ainda não há estimativa do montante a ser ofertado como empréstimo nesta modalidade. As metas de diminuição da venda de produtos altamente perigosos e de expansão do comércio de biossoluções fazem parte de um dos três compromissos estabelecidos pela companhia para este ano, o de oferecer soluções inovadoras e suporte técnico para agricultores adotarem protocolos mais sustentáveis de produção.

O segundo compromisso é colaborar para a preservação da biodiversidade, apoiando o combate ao desmatamento e recuperação de áreas degradadas, que inclui a criação da linha de financiamento. Estão previstos, ainda, monitoramento de critérios socioambientais de 100% da carteira de clientes ativos em 2022 e implantação de um programa de compras sustentáveis. O terceiro compromisso é com a criação de cultura organizacional inclusiva, que prevê treinar colaboradores em práticas ESG, dentre outras ações. A AgroGalaxy informou manter um sistema de gestão ambiental e social alinhado a requisitos da International Finance Corporation (IFC) e às diretrizes de Meio Ambiente, Saúde e segurança do Banco Mundial. Os negócios também seguem um plano socioambiental interno com 51 métricas que abrangem diversidade de gênero, consumo de recursos naturais, valor investido em comunidades de entorno e outros temas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.