11/Abr/2022

O Brasil acelerou as importações de fertilizantes nos primeiros três meses do ano, segundo dados de embarque de quarta-feira (06/04), já que as sanções ocidentais a grandes fornecedores como a Rússia e Belarus representam um risco para os carregamentos daqui para frente. Os fertilizantes são essenciais para manter as produtividades do milho, soja, arroz e trigo, com produtores no Brasil e em outros países lutando para se ajustar à medida que os preços disparam em meio a interrupções no comércio após o conflito Rússia-Ucrânia. Segundo dados da Cargonave, as importações brasileiras de fertilizantes no ano até março aumentaram 27,4%, com as importações atingindo 10,43 milhões de toneladas. Rússia, China e Canadá estão entre os três principais fornecedores do Brasil. O Brasil é um grande importador de fertilizantes, suprindo 85% de suas necessidades com produto vindo de fora.

Após o início da guerra no Leste Europeu, o governo brasileiro anunciou planos para reduzir essa dependência, mas a indústria local precisa de tempo para aumentar a produção doméstica. Segundo a MacroSector, o uso doméstico de fertilizantes no Brasil cairá 8%, para 42,18 milhões de toneladas em 2022. Isso reflete interrupções no comércio, uma queda potencial no plantio de grandes culturas, como a soja, e os agricultores reduzindo as aplicações. Em um horizonte de curto prazo, estima-se que 547 mil toneladas de fertilizante russo serão entregues aos portos brasileiros em abril. Do total, um volume de 181.600 toneladas corresponde a embarques feitos antes da guerra, divididos em cinco navios. E um volume estimado de 365.400 toneladas, dividido em 11 embarcações, deixou a Rússia após o início do conflito.

Segundo a Reuters, embora os dados de transporte mostrem navios de fertilizantes a caminho do Brasil depois que a guerra começou, menos negócios russos de fertilizantes foram confirmados nos últimos dias. Isso sugere uma redução potencial das remessas de nutrientes agrícolas da Rússia para destinos como o Brasil. Segundo o Sindicato Nacional das Indústrias de Matérias-Primas para Fertilizantes (Sinprifert), que representa a Mosaic e a Yara no Brasil, afirmaram que os agricultores locais terão nutrientes suficientes para plantar a safra de verão (1ª safra 2022/2023) no fim do ano. Mas, Sinprifert alertou para os riscos relacionados a uma moratória nas exportações de fertilizantes da China e à escalada das tensões no Leste Europeu, que manterão os preços elevados. A produção local de fertilizantes pode aumentar em 35% até 2024. Mas, essa meta depende de uma combinação de fatores, incluindo mudanças regulatórias e capital para vários projetos de mineração e industriais. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.