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06/Abr/2022

Fertilizantes: preço alto ainda não afeta alimentos

Segundo o Rabobank, os preços elevados dos fertilizantes ou até mesmo a indisponibilidade desses produtos, em decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia, não afetarão de imediato a produção de alimentos e, consequentemente, os preços dos alimentos. Os maiores países consumidores de adubos já adquiriram os insumos necessários para as lavouras. A Rússia é um dos maiores produtores de fertilizantes. É o segundo maior exportador mundial de nitrogenados e terceiro maior exportador global de fosfatados e potássicos, contribuindo com 16% dos adubos exportados no mundo. No Hemisfério Norte, por exemplo, o mercado de adubos está relativamente “quieto” e todos os fluxos transoceânicos para a safra de primavera já ocorreram.

Os movimentos são agora principalmente em nível local: dos portos de importação e/ou locais de produção doméstica aos campos agrícolas. As primeiras regiões “em risco” de indisponibilidade de adubos são a Índia e a América Latina. A Índia está parcialmente fora de perigo, mas a América Latina está altamente exposta, já que a janela de aquisições da região será nos próximos meses. No caso da Índia, o país adquiriu volumes substanciais de potássio e nitrogênio nos últimos meses para uso na safra que começa a semear em junho, principalmente para arroz, milho e algodão. Assim, as necessidades imediatas da Índia foram atendidas, mas é provável que ela precise agir novamente nos próximos meses.

Sobre a América do Sul, a disponibilidade de potássio para a safra de soja 2022/2023 do Brasil, plantada a partir de setembro, pode ser comprometida, já que Belarus (também com fluxo de exportações comprometido por sanções) e a Rússia respondem juntas por 40% da produção e exportações mundiais de potássio. Consequentemente, a colheita de soja do Brasil em 2023 pode sofrer impactos negativos diretos da guerra da Rússia na Ucrânia. O potássio é o nutriente mais crítico para o Brasil e para a safra de soja. Em contrapartida, os mercados da América do Sul não necessitam de adubos até setembro. O que significa que os fertilizantes precisam chegar aos portos brasileiros em julho-agosto e ainda há três meses para encontrar uma solução. Uma avaliação cuidadosa da safra de 2023, no entanto, é necessária.

A Rússia é a principal fornecedora de adubo ao Brasil, com cerca de 20% do volume internalizado anualmente. A guerra no Leste Europeu e as sanções impostas sobre a Rússia cortaram os mercados globais de fertilizantes de nitrogênio e potássio russo e ucranianos. É provável que isso resulte em um desequilíbrio de oferta e demanda, com o aperto global da oferta de nitrogênio (N) e potássio (K) levando a uma pressão ascendente sobre os preços e aumento da volatilidade dos preços. Isso já é visível nos mercados atuais. Os preços de nitrogênio estão em alta novamente e os de potássio se mantêm firmes desde o início do ano. O mercado de nitrogênio está melhor posicionado para absorver a interrupção da guerra do que o mercado de potássio, pois a indústria é mais fragmentada e dependente de uma parcela relativamente pequena da Rússia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.