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30/Mar/2022

Fertilizantes: COAMO realiza compras fracionadas

Segundo a Coamo Agroindustrial Cooperativa, com a guerra na Ucrânia o fornecimento de fertilizantes para a safra de verão (1ª safra 2022/2023), cujo plantio começa entre setembro e outubro deste ano, pode gerar transtornos. Para a 2ª safra de milho de 2022, os fertilizantes já foram entregues aos produtores cooperados e esse processo também está sendo finalizado para o trigo. A Coamo já comprou 40% dos adubos necessários para a safra de verão (1ª safra 2022/2023), com garantia de entrega pelos fornecedores. Para o restante, há dificuldade de precificação com o conflito no Leste Europeu, que tem bloqueado o Mar Negro. Rússia e Belarus são grandes produtores de cloretos, um dos principais fertilizantes usados.

O receio do mercado é comprar com preços altos e depois os preços caírem com um possível acordo de guerra, e os estoques ficarem muito caros. Diferentemente dos últimos anos, quando era possível adquirir tudo de uma vez ou em grandes quantidades, estão sendo feitas compras menores, mais fracionadas, para não ficar com o estoque muito caro e ter que cobrar mais do produtor. Diante da disparada do petróleo no mercado internacional, os custos de frete estão bem estressados. Somente no mês passado, houve alta de 15%, o que tem afetado a formação de preço dos produtos vendidos. Na precificação de mercado futuro, a Coamo conta com fretes mais caros.

Em relação às exportações, os efeitos da guerra na Ucrânia podem até ser positivos para a cooperativa. Clientes usuais de farelo de soja da Indonésia têm procurado a Coamo para comprar trigo, produto que costumavam importar da Ucrânia. O mercado interno para os produtos industrializados produzidos pela cooperativa está mais adverso, com o aumento da inflação no País, provocando redução maior de consumo em produtos mais elaborados, como margarinas, mas também em alguma medida em itens básicos, como farinhas. As farinhas estão em um patamar de preço muito alto. Agora, com a guerra, a cotação de trigo tem sido muito afetada. É difícil não repassar para os mercados, mas há redução da demanda. Alguns moinhos estão parando.

Na Coamo, a redução de produção só foi observada nas margarinas, mas compensada pela fabricação de óleo refinado. Agora, os preços de soja, milho e trigo estão se acomodando. Isso deve chegar ao varejo. Apesar da grande frustração da safra de verão (1ª safra 2021/2022), há expectativa de crescimento de 10% da receita global este ano, após faturamento de R$ 24,6 milhões em 2021 (alta de 23,3% ante 2020). O aumento dos preços dos grãos e a boa expectativa para a 2ª safra de milho de 2022 e de trigo devem compensar a forte quebra de produção sofrida.

A expectativa para a safra de verão (1ª safra 2021/2022), em que o principal produto é a soja, era de 100 milhões de sacas de 60 Kg, mas a Coamo deve receber um pouco mais de 50 milhões de sacas de 60 Kg dos produtores. O estoque de passagem de milho e de soja está alto. Se for comercializado e contando com a produção que está vindo, a quantidade comercializada pode se aproximar do ano passado. Com os preços mais altos, há expectativa de crescimento de receita que passa de 10% em termos absolutos. As margens também podem ser melhores, com preços maiores e quantidades menores, os custos são mais baixos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.