30/Mar/2022

A participação dos adubos especiais nos negócios da Fertilizantes Heringer aumentou tanto no quarto trimestre de 2021 quanto em todo o ano de 2021 e a categoria já representa a maior parte dos produtos comercializados pela empresa. No quarto trimestre, o volume de fertilizantes especiais vendidos representou 51% do total, ante 48% em igual período de 2020. Em termos absolutos, o total vendido recuou 4,8%, para 218 milhões de toneladas, ante 229 milhões de toneladas no quarto trimestre de 2020. Já a quantidade de fertilizantes convencionais caiu de forma mais acentuada na mesma base de comparação, 14,6%, para 210 milhões de toneladas (49% do total), ante 246 milhões de toneladas (52% do total) um ano antes. No ano de 2021, o volume de adubos especiais entregues ao mercado cresceu 19,5%, chegando a 760 milhões de toneladas e representando 51% do total (ante 46% em 2020). Já o de fertilizantes convencionais caiu 1,6%, para 731 milhões de toneladas ou 49% do total (contra 54% no ano anterior). A empresa pretende continuar focando na expansão das vendas de adubos especiais, cuja participação nas vendas poderá aumentar ainda mais.

Somados os volumes das duas categorias de produtos, a Heringer entregou ao mercado no ano passado 1,491 bilhão de toneladas de fertilizantes, 8,1% a mais do que em 2020, crescimento inferior ao do mercado de adubos como um todo, que cresceu 13% em volume em 2021, totalizando 45,855 milhões de toneladas de adubos. A queda no quarto trimestre se deu pelo grande aumento dos preços e por secas em algumas regiões, que levaram a uma diminuição de entregas. Sobre o crescimento de entregas inferior ao do mercado, a empresa optou por trabalhar com as melhores margens possíveis, mas ponderou que o incremento de 8% em volume gerou um aumento mais forte em faturamento. Em 2021, a Heringer registrou lucro líquido de R$ 667,2 milhões, ante prejuízo de R$ 199,2 milhões em 2020. O Ebitda foi de 870,12 milhões, ante R$ 182,5 milhões no ano anterior. A receita líquida aumentou 93,8%, para R$ 4,29 bilhões. A empresa informou que a unidade de mistura da Fertilizantes Heringer localizada em Rio Grande (RS) deve ser reativada entre o fim do primeiro semestre e início do terceiro trimestre de 2022.

A fábrica deve acrescentar 220 mil toneladas à atual capacidade produtiva da empresa, de 4,225 milhões de toneladas, referente às 11 unidades industriais em operação, em Dourados (MS); Rio Verde e Catalão, em Goiás; Viana (ES); Iguatama, Manhuaçu e Três Corações, em Minas Gerais; Rosário do Catete e Candeias, na Bahia, e Ourinhos e Paulínia, em São Paulo. A Heringer tem hoje 3 unidades de mistura hibernadas em virtude do processo de recuperação judicial: a própria fábrica de Rio Grande, além das de Porto Alegre (RS) e Paranaguá (PR). Para essas duas, não há ainda data prevista de reativação. Foi reforçada para acionistas e analistas uma informação que consta do Fato Relevante publicado na segunda-feira (28/02), sobre a conclusão da venda de 51,48% do capital social da companhia para a russa Eurochem: a Eurochem ainda vai considerar a possibilidade de fechar o capital da empresa brasileira. A compra da Heringer pela Eurochem envolverá aproximadamente R$ 554,562 milhões. As características da OPA (aquisição de ações da Heringer pela Eurochem) estão bastante bem tratadas no fato relevante.

Não há data prevista, as decisões de tag along (opção de venda de ações por acionistas minoritários) e fechamento de capital, quando tomadas, serão informadas ao mercado. No fato relevante, a empresa diz que a Eurochem considerará, até a data limite para apresentação do pedido de registro da Oferta Pública de Tag Along, se combinará a Oferta Pública de Tag Along com uma oferta pública de aquisição das ações de emissão da companhia (Heringer) para cancelamento do registro de companhia aberta, com a consequente saída do segmento Novo Mercado da B3. Na assembleia convocada para quinta-feira (31/03) será decidido se a atual diretoria permanecerá à frente da empresa. De acordo com o Fato Relevante, será realizada no dia 31 a substituição dos atuais membros do Conselho de Administração e da Diretoria. Sobre a perspectiva de a companhia voltar a pagar dividendos aos acionistas, após ter registrado lucro em 2021, há previsão de continuar mantendo a lucratividade, mas a reversão dos prejuízos que levaram a empresa a pedir recuperação judicial ainda demandará tempo. Por lei, a companhia irá distribuir os 25% (do lucro líquido) após compensados os prejuízos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.