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17/Mar/2022

Fertilizantes: suprir oferta da Rússia é um desafio

Uma ruptura no fornecimento de fertilizantes por parte da Rússia traria grande dificuldade na substituição da oferta. Primeiro, não se sabe se vai ter realmente uma ruptura, se o Brasil vai ficar sem o embarque da Rússia. Não existindo embarque da Rússia, a capacidade de a curto prazo substituir todo o volume é um desafio muito grande. O sistema já está um tanto estressado de oferta e demanda. O Canadá tem minas de potássio fechadas, mas o prazo para reabri-las não é de uma semana nem de um mês. O Brasil tem em torno de três meses de estoque de fertilizantes e os fluxos de importação não foram interrompidos. O fundamental é ter os adubos a tempo de plantar a próxima safra de verão (1ª safra 2022/2023). O importante é ter uma solução de equilíbrio entre o fornecimento dos fertilizantes e a demanda que existe no mercado.

Segundo a Nutrientes pela Vida, as reservas de fertilizantes no País são da ordem de 3 a 5 meses e continuam chegando fertilizantes. Em fevereiro, chegou fertilizante da Rússia no Brasil. Esse abastecimento pode até ser de um pouco mais de cinco meses. Muitos grupos produtores no Brasil têm fertilizante comprado para a próxima safra. Além disso, a agricultura brasileira é tecnificada e os produtores têm reservas no solo. Chovendo regularmente, o Brasil pode quebrar novo recorde de produção. De toda forma, a crise entre Rússia e Ucrânia e seu efeito sobre os fertilizantes é um estímulo para o Brasil explorar melhor as reservas disponíveis. O Plano Nacional de Fertilizantes, anunciado na semana passada, é um exemplo.

O problema de autossuficiência do Brasil é antigo. Outros planos aconteceram e não tiveram bons resultados. O Brasil não se tornará autossuficiente; o Plano não prevê isso e sim redução das importações, mas se houver uma maior produção local obviamente o País fica menos sensível a esses ciclos de crise. No curto prazo, contudo, o Plano vai ajudar pouco ou nada. É preciso criar incentivos para empresas explorarem minas no País. Nos governos passados, havia taxação sobre a produção interna, mas não sobre os produtos importados. Isso tirava o interesse das empresas de explorar minas ou abrir usinas de produção de ureia. É preciso mudanças internas para que seja possível atingir os objetivos que o Plano traçou. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.