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10/Mar/2022

Combustíveis: desabastecimento já é preocupação

De olho num possível desabastecimento de combustíveis a partir do próximo mês, grandes distribuidoras já preparam um ‘plano B’ para que seus clientes não sejam pegos desprevenidos. Os postos que sustentam as marcas das grandes distribuidoras (Raízen, Vibra e Ipiranga) devem ser os menos afetados num primeiro momento, porque têm contrato de longo prazo com essas três empresas. Em contrapartida, os de bandeira branca vão ficar mais expostos. A tendência é de que, na melhor das hipóteses, eles paguem mais caro pela gasolina e óleo diesel. Na pior, vão ficar sem produto nas bombas para oferecer aos seus clientes. Entre essas duas pontas, há ainda os consumidores de serviços essenciais, das áreas de saúde e segurança.

Esses grupos demandam grandes volumes de combustíveis todos os meses e, por isso, costumam comprar diretamente nas distribuidoras e não nos postos. Boa parte deles, no entanto, não possuem contratos de longo prazo com seus fornecedores, o que significa que, num momento de crise, seriam os primeiros a serem afetados. Como a intenção não é deixar os carros da polícia e ambulâncias parados nas garagens, as grandes distribuidoras iniciaram antecipadamente um trabalho de identificação desses clientes para colocá-los na lista de prioridade de fornecimento. As distribuidoras apostam que, se a invasão russa na Ucrânia continuar pressionando o preço do petróleo por muito tempo e o governo brasileiro não encontrar logo um meio de proteger a população das oscilações externas, vai começar a faltar combustíveis no Brasil a partir do início de abril.

Isso porque, sem reposição, os seus estoques e também os da Petrobras estão se esvaindo. Até agora, as empresas estão contando com volumes guardados em seus terminais, adquiridos quando os valores do petróleo e dos seus derivados não estavam tão altos quanto agora. O próximo passo será ir a mercado atrás de novas cargas, mas já se sabe que as ofertas externas não são nada boas. A leitura das distribuidoras é de que algum importador vai se aventurar a comprar combustíveis neste momento para vender mais à frente, quando os preços podem estar ainda mais elevados, dependendo dos desdobramentos dos cenários interno e externo. O esperado, portanto, é que não haja desabastecimento, mas que os preços da gasolina disparem.

Se isso acontecer, a população do interior do País será a mais atingida, porque os postos de bandeira branca estão instalados, em sua maioria, nessas regiões. A acelerada alta do petróleo e derivados no mercado externo pode trazer consequências trágicas para as distribuidoras de menor porte, responsáveis, desde o início de suas operações, pela maior competitividade no mercado de combustíveis, principalmente junto aos postos de bandeira branca, sem vínculo com as grandes distribuidoras do mercado. Já se observam movimentos de suspensão e até de encerramento de atividades no mercado, afirmou a Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Bicombustíveis (Brasilcom). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.