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08/Mar/2022

Fertilizantes: países árabes podem atender Brasil

Segundo a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, os países árabes têm interesse e potencial em ampliar a exportação de fertilizantes para o Brasil. São países que podem abastecer o mercado brasileiro. Estes países podem atender o Brasil com o fornecimento dos três principais nutrientes: nitrogenados, fosfatados e potássicos. Eles não devem conseguir substituir 100% o volume que a Rússia fornece ao Brasil, porque o mundo vai olhar para os árabes como o Brasil está olhando, mas uma fatia grande eles conseguem atender. Entre os países que poderiam exportar maior volume que o fornecido atualmente ao Brasil, pode-se citar, especialmente, Marrocos, Egito, Jordânia, Omã e Catar. Eles possuem produção que seria suficiente para atender o Brasil.

Se trabalhar o mercado com estes países, o País consegue compensar parte do volume que você perde ou que seria difícil de receber da Rússia no curto prazo. Em potássio, há muito potencial do Marrocos e Jordânia pode ser um player novo também no fornecimento de cloreto de potássio. O volume que os países do bloco árabe poderão fornecer ao Brasil vai depender de o País sair na frente para negociações. É preciso haver agilidade do Brasil na busca dos fornecedores árabes, já que outros países tendem a recorrer ao bloco por causa das incertezas quanto à oferta russa de fertilizantes, em decorrência da guerra da Rússia com a Ucrânia. O Brasil precisa entrar agressivamente porque certamente essa falta de fertilizante não será somente da Rússia para o Brasil, mas sim da Rússia para o mundo.

Os países europeus também devem se ressentir essa falta. O Brasil precisa sair na frente para poder negociar com esses países. No ano passado, o Brasil importou 9,979 milhões de toneladas de adubos dos países da Liga Árabe, com desembolso de R$ 4,21 bilhões. O volume representa 24% do total importado pelo Brasil. A principal origem é o Marrocos, que ocupa o quarto lugar no fornecimento total de adubos ao País em volume, atrás de Rússia, China e Canadá. A Câmara entregou um estudo completo na sexta-feira (04/03) à Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura sobre o cenário atual de produção de adubos dos 22 países do bloco e sobre o potencial de exportação da Liga Árabe para o mundo e para o Brasil. O documento mostra alguns países importantes, onde essa fatia da Rússia pode ser substituída rapidamente.

O estudo faz um diagnóstico da oferta dos países árabes, oportunidade de tipos de fertilizantes que o País pode importar do bloco que ainda não importa, quais nutrientes pode aumentar a importação, quais países árabes podem incrementar a exportação para o Brasil e até mesmo uma comparação de adubos importados da Rússia que poderiam ser adquiridos nos países árabes. Uma reunião com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, é cogitada para abordar o assunto. Em paralelo, a entidade acionou as embaixadas árabes a fim de promover um diálogo com as empresas estatais fornecedoras de fertilizantes. Seria importante uma eventual missão da ministra ao bloco para tratar do tema. Hoje, existe uma boa relação governamental entre o Brasil e o mundo árabe. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.