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07/Mar/2022

Fertilizantes: entregas prosseguem a preços altos

O abastecimento de fertilizantes russos ao Brasil segue fluindo normalmente em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia. Até o momento, executivos de indústrias afirmam que as empresas ainda não sentem efeitos na oferta de adubos e que a relação com os fornecedores segue normal. O contato é diário e o abastecimento assegurado. Nos últimos dias, cresceram rumores de eventuais avisos de fornecedores russos de que não cumpririam contratos e de cargas paradas em portos. As fontes do setor, contudo, dizem desconhecer esses fatos. O processo de compras continua. Todos estão atentos, acompanhando muito de perto a situação. Não mudou nada na forma de operar, com agentes vendendo e comprando. Industriais dizem confiar no relacionamento de longo prazo que possuem com os fornecedores globais. Em contrapartida, as misturadoras já observaram o impacto do conflito nos preços dos adubos importados.

Na última semana, os relatos são de aumento da ordem de US$ 100 por tonelada CFR porto Brasil, abrangendo desde nitrogenados, a potássicos e fosfatados. Algumas já fizeram repasse integral ao produto final. Outras absorveram parcialmente o reajuste a fim de evitar perdas em volume de vendas. Essa incerteza quanto aos preços levou algumas indústrias a retirarem sua lista de preços para venda de dois a três dias do mercado. A retração ocorreu na semana retrasada e já foi normalizada. Quanto ao abastecimento, as fontes não veem "risco iminente" de falta de adubos no Brasil, mas há preocupação particular com o cloreto de potássio (Kcl), já que uma eventual restrição da Rússia se somaria aos bloqueios das exportações de Belarus. Preocupa porque o Brasil é um grande consumidor de potássio e os fornecedores são mais concentrados.

O remanejamento da demanda para outras origens, caso necessário, e o risco de abastecimento vai depender da duração do conflito e do impacto das sanções impostas à Rússia. Quanto aos estoques domésticos, o Brasil não tem capacidade de armazenagem de volumes expressivos de adubos. Segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), entidade que representa a indústria brasileira de fertilizantes, o Brasil possui atualmente estoque de fertilizantes para os próximos três meses, ou seja, até junho. A Anda diz que o volume atual se encontra acima da média dos anos anteriores, mas o período, contudo, não costuma ser de aplicação volumosa de fertilizantes e o País não teria capacidade para abastecer em casa três meses de forte consumo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.