07/Mar/2022

Com o conflito Rússia-Ucrânia, é possível haver dificuldade de encontrar adubo no mercado. Mesmo antes do conflito, já havia restrições de oferta e a demanda vinha firme. Havia o problema do gás natural, que estava com preços elevados e é usado como matéria-prima para alguns fertilizantes, além do embargo à Belarus, que é o grande produtor de potássio. Também havia problemas na China, que não estava exportando os fertilizantes que produz.

A expectativa era de que os preços poderiam começar a cair a partir do fim do plantio no Hemisfério Norte, mas a Rússia é um grande produtor de fertilizantes, seja nitrogenados ou potássicos. Isso complicou bastante a situação. Agora, a percepção é de que os preços não vão se arrefecer. Pelo contrário, deve haver aumento nos custos dos fertilizantes. Parte desse efeito no custo de produção deve ser compensado pela receita maior devido aos preços mais altos dos grãos.

Mas, tem um problema de oferta. Com uma disrupção na produção de potássio, em que há uma oferta muito restrita em alguns países, pode haver dificuldade de achar produto no mercado internacional. O momento atual não é de maior necessidade de fertilizantes, porque o plantio da 2ª safra de 2022 já ocorreu e o da safra de verão (1ª safra 2022/2023) ocorre em outubro. Mas, é preciso começar a importar esses fertilizantes antecipadamente, porque, se não, não dá tempo para internalizar e levar para áreas produtoras.

É provável que haja um problema logístico por causa disso. Se indústria não fizer estoque até outubro, o adubo não chega a tempo do plantio. Não adianta importar em outubro. As indústrias fazem estoques agora, começam a transportar para as regiões produtoras para poder abastecer os produtores em outubro. Se não for possível fazer esses estoques, não dará tempo para que esse adubo chegue no momento necessário. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.