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03/Mar/2022

Fertilizantes: Rússia ainda não interrompeu vendas

Segundo a AMR Business Inteligence, a Rússia não suspendeu suas exportações de fertilizantes para o Brasil, como veicularam alguns veículos de comunicação nos últimos dias. Embora o conflito entre a nação e a Ucrânia agrave muito o quadro deste mercado, principalmente para as questões logísticas e de acessos às matérias-primas, as relações entre Brasil e Rússia estão mantidas. Circulou a informação de que a Rússia travou as exportações para o Brasil. Esse risco existe, e não da Rússia travar para o Brasil, mas para o mundo, sem um motivo específico para o Brasil. Todo o corpo da matéria que circulou fala de uma situação da Bielorrússia (e de sanções que são impostas a este país por União Europeia e Estados Unidos), que é um caso já conhecido.

As relações comerciais entre o Brasil e a Rússia seguem fortalecidas, principalmente depois da recente visita do presidente Jair Bolsonaro a Vladimir Putin. As preocupações maiores, neste momento, se concentram sobre a questão logística. A Rússia é hoje uma forte exportadora de amônia, importante matéria-prima para os nitrogenados e fosfatados como N, como MAP, DAP, os NPS, então 25% da amônia global sai da Rússia, principalmente pelo Porto de Odessa (na Ucrânia), que desde o dia 24 de fevereiro, quando começou a guerra, está com as exportações de amônia fechadas. Já há uma falta de amônia e os preços começam a avançar.

O setor de fertilizantes já vinha com um quadro fundamental bastante sólido, com escassez de matéria-prima e as sanções impostas à Bielorrússia sabidas, e a guerra só intensifica ainda mais o quadro, uma vez que as recentes sanções aplicadas sobre a Rússia limitam severamente as transações comerciais no mundo todo. Quando se avalia a matriz de fertilizante, potássio por exemplo, há uma concentração na mão de poucas empresas. O Canadá é o maior produtor mundial, e na sequência Rússia e Bielorrússia juntas, como uma diferença pequena entre as duas. Quanto ao potássio, Rússia e Bielorrússia têm um share global de quase 50%, o que é uma representatividade muito grande e não há um produto substituto para o cloreto de potássio.

O atual momento, portanto, deixa o mercado sem parâmetros para a formação de referências de preços, o que torna os negócios ainda mais difíceis. As listas de preços das empresas vão depender de como elas se sentem sobre seu volume de suprimentos. Haverá volatilidade nos preços das commodities, e os fertilizantes não vão ficar fora disso. Esse excesso de notícias ruins provoca uma corrida do produtor brasileiro para garantir seus negócios e, assim que possível, seus fertilizantes, mas também com os mesmos buscando todas as alternativas possíveis frente aos problemas que podem se apresentar nos próximos dias. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.