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03/Mar/2022

Fertilizantes: fornecimento da Rússia ainda ativo

Segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), o fornecimento de fertilizantes russos ao mercado está fluindo normalmente até o momento, mesmo em meio ao conflito da Rússia com a Ucrânia. As indústrias russas continuam produzindo e trabalhando normalmente e o Brasil segue interessado em comprar. A expectativa é de que os contratos sejam cumpridos e, consequentemente, será possível fazer as entregas aos produtores rurais. As incertezas com o abastecimento russo de adubos ao Brasil é uma das principais preocupações do setor produtivo nacional, que teme que as sanções impostas à Rússia ou agravamento do conflito possam interromper o fluxo de exportações do país. A Rússia é o segundo maior exportador mundial de nitrogenados e terceiro maior exportador global de fosfatados e potássicos, contribuindo com 16% dos adubos exportados no mundo. O país é o principal fornecedor de adubos ao Brasil, com cerca de 20% do volume internalizado anualmente.

A entidade hesita em projetar o cenário futuro em meio aos riscos de fornecimento e diz considerar que ainda é cedo para mensuração de impactos. Se de um lado, há hipótese de efetivação de sanções econômicas, de outro, há hipótese de arrefecimento do conflito. A conjuntura exige uma análise mais completa e, até o momento, a Rússia continua trabalhando normalmente. Não há nenhum sinal diferente neste sentido. Embora a União Europeia cogite impor um terceiro pacote de sanções sobre a Rússia, até o momento os embargos não incluem o setor. Até agora, não houve punição à Rússia que causasse restrições na oferta de fertilizantes. Até o momento, a Rússia está produzindo os insumos e disposta a vender para o Brasil. A preocupação com o fornecimento, contudo, não é descartada. Se continuar assim, o Brasil terá safra recorde.

Quanto às sanções impostas sobre a Rússia e eventuais embargos sobre os adubos, pela relevância da indústria de fertilizantes na economia russa, em princípio, esse tipo de medida é temporária. É preciso monitorar e estar atento. Sempre há risco de fornecimento dada a elevada dependência do Brasil dos adubos importados, que representam 85% do volume consumido anualmente no País. Talvez o risco tenha se intensificado pelo conflito da Rússia em meio às sanções nos embarques de Belarus, mas são muitas variáveis para todos os lados. Há também um cenário de aumento na produção interna que é uma alternativa. Havia sinais concretos de que o desequilíbrio global entre oferta e demanda estava diminuindo até o acirramento da crise entre Rússia e Ucrânia e de Belarus. Parece que essa nova crise significa risco de oferta. A percepção é de que a oferta mundial continua limitada e não consegue responder na mesma velocidade da demanda por mais um período.

Quanto ao encarecimento dos adubos reportado nos derivativos de fertilizantes, em virtude da crise, o mercado global apresenta oferta apertada nos últimos três anos, o que influencia diretamente nas cotações. Neste ano, questões geopolíticas somaram-se à oferta apertada, gerando incertezas na cadeia, como a crise entre Rússia e Ucrânia e sanções econômicas dos países europeus e dos Estados Unidos sobre Belarus. Há dois fatos novos que sinalizam aumento de preço, mas ainda é cedo para observar essa alta no mercado físico. Provavelmente, as empresas ainda não repactuaram os contratos com fornecedores e os estoques são fruto de produtos que adquiriram anteriormente. Então, ainda não é possível sentir na prática. Fatores geopolíticos são os que vão caracterizar o mercado de adubos ao longo deste ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.