25/Fev/2022
O Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Esalq/USP (Esalq-Log) estima que o modal ferroviário responde por 40% das cargas movimentadas pelo agronegócio. A participação das ferrovias no transporte das mercadorias agrícolas varia de 30% a 45%, dependendo de cada segmento. No movimento para exportação, a participação do modal ferroviário é maior que a média de 40%. No ano passado, 33 milhões de toneladas de soja foram movimentadas pelas malhas ferroviárias (alta de 15,3% ante 2020); de farelo de soja foram transportados 8 milhões de toneladas (+11,9%); de milho, 12 milhões de toneladas (-35,7%); de açúcar, 15 milhões de toneladas (-9,1%); e de fertilizantes, 6 milhões de toneladas (+3,1%).
As quedas no volume movimentado de milho e açúcar refletem a quebra na safra de ambas commodities no ano passado. Neste primeiro semestre, o transporte do modal fica concentrado em soja e milho safra de verão (1ª safra 2021/2022) e no segundo semestre tem maior movimento de cargas de milho e açúcar. Nos fertilizantes, não há sazonalidade e há taxas crescentes na movimentação dos insumos pelas ferrovias. Há potencial muito grande do modal ser usado para fertilizantes como transporte de retorno de grãos. O transporte de produtos agrícolas por ferrovias deve aumentar em um período de 10 anos. O crescimento, contudo, não será expressivo a ponto de modificar o modal de transporte do agronegócio brasileiro, concentrado nas rodovias.
Novos projetos são importantes para o País, mas exigem tempo para concretização, maior que 10 anos. Nos próximos 10 anos, será possível observar crescimento dos terminais ferroviários principalmente por aumento de produtividade destas estruturas, o que permitirá ampliar o volume movimentado pelo modal, como exemplo pode-se citar a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico) e a Ferrovia de Integração oeste-leste (Fiol) como projetos que podem contribuir para a expansão do modal ferroviário no agronegócio. Não deve haver alteração muito significativa no market share das ferrovias nos próximos dez anos, porque os investimentos são de longo prazo, mas haverá aumento no volume ao longo dos anos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.