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18/Fev/2022

Kepler Weber planeja elevar investimento em 2022

A Kepler Weber fechou no último trimestre de 2021 quatro grandes negócios que somam R$ 120 milhões em receita e devem contribuir para os resultados de 2022, segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Paulo Polezi. “Voltamos a concretizar pedidos importantes que garantirão expansão de faturamento em 2022”, disse Polezi em teleconferência sobre os resultados do quarto trimestre de 2021 e do ano de 2021. Conforme dados apresentados pela empresa, os negócios envolvem um contrato de R$ 46,1 milhões com uma grande cooperativa agroindustrial paranaense, para armazenagem de grãos, outro de R$ 14,1 milhões com um grande produtor de arroz do Paraguai, um de R$ 17,1 milhões com grande produtor de soja e milho de Mato Grosso do Sul e ainda um contrato de R$ 42,4 milhões com uma grande indústria de etanol de milho do mesmo Estado. Segundo a empresa, o faturamento com os negócios começou em fevereiro e se estenderá até as datas de entrega das obras, previstas para outubro, novembro e dezembro deste ano.

“No primeiro semestre, temos bastante confiança nos projetos, a perspectiva positiva é bastante clara”, reforçou o diretor presidente da Kepler, Piero Abbondi. A Kepler Weber deve investir R$ 64,4 milhões neste ano, 61,4% acima dos R$ 39,9 milhões de 2020, anunciou Abbondi. Do total, R$ 46,1 milhões irão para expansão da capacidade produtiva (previsão de 6,5% no ano), otimização de processos e adoção de uma nova tecnologia de pintura. O novo processo de pintura dos equipamentos na fábrica de Panambi (RS) absorverá R$ 18 milhões neste ano. O projeto prevê outros R$ 10 milhões de investimentos em 2023. “Vamos evoluir da pintura líquida para a pintura em pó. É um projeto de suma importância para a Kepler, que, além de aumentar a qualidade de produto, representará uma importante redução nos custos de produção e nos colocará em patamar superior na questão ambiental”, afirmou Abbondi. Os R$ 18,7 milhões restantes se destinarão ao desenvolvimento de novos produtos (cerca de R$ 1,9 milhão), TI (R$ 6,5 milhões) e reformas e adequações a legislações (R$ 14,3 milhões).

Em 2021, os investimentos (Capex) de R$ 39,9 milhões representaram um incremento de 235% em relação ao investido pela companhia em 2020. Do montante, 77%, ou R$ 30,7 milhões, foram para aumento da capacidade de produção, mais do que os 44% destinados à mesma finalidade em 2020; 4%, ou R$ 1,6 milhão, foram para novos produtos. No quarto trimestre de 2021, a Kepler investiu R$ 14,2 milhões, montante 184% superior aos R$ 5 milhões de igual período de 2020; sendo que 86% do valor, ou R$ 12,2 milhões, se dirigiram à ampliação da capacidade fabril. A Kepler Weber encerrou o quarto trimestre com um saldo bruto de R$ 131,8 milhões de caixa e um caixa líquido de R$ 74,7 milhões. “Nossa posição ainda é de caixa líquido, com muito espaço para investimentos”, afirmou Polezi. A Kepler Weber planeja abrir novos Centros de Distribuição de peças na Região Norte do Brasil, além dos cinco já instalados em Panambi (RS), Campo Grande (MS), Cascavel (PR), Rio Verde (GO) e Cuiabá (MT).

“O segmento de Peças e Serviços tem crescido significativamente nos últimos anos. É uma área importante por ser um mercado menos cíclico, menos atrelado à safra e com receita recorrente”, disse Abbondi. “Nós vendemos o projeto e continuamos acompanhando-o por anos, com a garantia, depois manutenções rotineiras e expansões”, acrescentou. Com os novos CDs, a empresa pretende estar mais próxima de clientes de terminais portuários e em fazendas e fábricas de etanol de milho. A receita líquida do segmento de Peças e Serviços cresceu 46% no quarto trimestre de 2021, chegando a R$ 53 milhões, 13% da receita líquida total da companhia no período. No ano, a receita da área aumentou 69% na comparação com 2020, para R$ 169,9 milhões, o equivalente a 14% da receita líquida de 2021 da empresa, de R$ 1,226 bilhão. Do total apurado no ano passado, que representou um avanço de 82,7% ante 2020, 74% veio do segmento de armazenagem, com R$ 903,2 milhões, alta de 113% na comparação anual.

A receita líquida com exportações representou 10% do todo, com R$ 126,6 milhões, avanço de 20% no ano. O segmento de Granéis teve receita de R$ 26,5 milhões, uma queda de 36% ante o ano anterior, e representou 2% da receita líquida total de 2021. “A perspectiva para 2022 é de continuidade do crescimento em todos os segmentos de atuação, com expectativa de manutenção das margens em patamares saudáveis”, afirmou Abbondi. A Kepler vem monitorando informações relacionadas ao aumento dos preços do aço, sua principal matéria-prima, mas até agora não foi informada formalmente sobre reajustes. “Há sinais de aumento de preços do aço por vários players, não só pela Usiminas, mas esse aumento não foi formalizado até agora. Nós não adquirimos aço de uma só fonte e qualquer alta de preços será trabalhada nas carteiras novas de pedidos”, explicou Polezi. “Temos parcerias importantes com fornecedores locais, mas também contamos com suprimentos internacionais. Estamos sempre de olho nos preços de importação, na paridade”, reforçou o diretor presidente da empresa, Piero Abbondi.

Abbondi comentou que o aumento anunciado para montadoras se refere a renegociação de contratos de longo prazo das empresas com siderúrgicas e que não está claro que ele virá para a Kepler Weber. “Vamos avaliar como a situação evolui. Entre o fim de 2020 e começo de 2021, administramos aumentos significativos mensais; um aumento como o que está sendo falado agora seria administrável", disse. No momento, a questão de custo de produção com o aço e preço dos produtos da empresa está “normalizada”, de acordo com Abbondi. Ainda sobre o fornecimento de matérias-primas, Polezi disse que a situação da cadeia não está totalmente normalizada, ainda que tenha melhorado. “As entregas do aço estão em dia, mas de outros componentes, mais industrializados, não. Tem a questão dos fretes e contêineres, dos quais há falta no mercado, então o problema permanece, mas em um grau administrável, que a gente consegue levar”, disse ele.

O avanço da variante Ômicron da Covid-19 entre o fim de 2021 e começo deste ano foi percebida dentro da Kepler Weber, mas teve pouco impacto no prazo de entrega de obras a clientes, de acordo com o diretor presidente da empresa, Piero Abbondi. Em janeiro, a companhia chegou a ter 150 pessoas afastadas e, atualmente, são 90. “Fazemos testes massivos e assim que há uma suspeita, afastamos o colaborador. Os afastamentos afetaram um pouco, mas não muito a operação. Em janeiro, fechamos com atraso de um dia em faturamento (pelo prazo de entrega), o que mostra nossa assertividade, considerando um projeto que dura meses para ser entregue”, ponderou Abbondi. Questionado sobre eventuais efeitos que adversidades climáticas nas lavouras podem trazer para a empresa, Abbondi respondeu que, até o momento, a perspectiva segue positiva. “Há quebras no Sul, mas o Brasil é territorialmente muito grande. Vamos monitorar as previsões climáticas para a segunda safra e, apesar de termos falado de quebras em algumas regiões, provavelmente essa safra ainda será recorde em relação a anos anteriores”, pontuou. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.