14/Fev/2022
A Aprosoja Brasil pediu ao Ministério da Agricultura, no dia 19 de janeiro, a liberação emergencial para importação direta do herbicida Diquat, liberação emergencial de registros genéricos do Diquat e do uso do Paraquat para a dessecação das lavouras de soja. Segundo a entidade, a liberação emergencial para defensivos tem precedente histórico, pois, em 2015, o governo federal autorizou o uso emergencial de benzoato de emamectina para o controle da lagarta Helicoverpa armigera nas lavouras de soja. O Brasil poderia importar Diquat diretamente de fornecedores do Mercosul. Além de ajudar na oferta, derrubaria os preços do produto, aliviando o custo do produtor. A solicitação da entidade foi entregue ao Ministério da Agricultura, que ainda não deu retorno sobre o pedido.
Sobre o Paraquat, a Aprosoja pede ainda a revisão da decisão de banimento do uso do produto no País à Anvisa, para a qual solicitou uma audiência. É possível que a indústria ainda possua estoques de Paraquat, além do que poderia ser importado do Paraguai e da Argentina. O Ministério da Agricultura afirmou que mantém entendimentos com a Anvisa e com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para buscar dar prioridade a registros que possam substituir ou novas fontes do Diquat. A Syngenta se disse contrária à liberação emergencial de defensivos para dessecação da soja, pedida pela Aprosoja Brasil ao Ministério da Agricultura. Para a empresa, a importação de produtos sem regulamentação coloca em risco produtores e consumidores, meio ambiente e as exportações brasileiras.
Para a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), as liberações emergenciais são importantes, mas sem efeito para a atual safra. A agricultura precisa de pelo menos um ano de planejamento. O setor espera que os órgãos responsáveis avaliem o uso de Paraquat para a próxima safra e que a morosidade para concessão de registro a empresas que estão prontas para produzir Diquat diminua. Quem paga esse prejuízo é o produtor e o consumidor. O Paraquat é autorizado em mais de 80 países e os principais concorrentes agrícolas do Brasil, como os Estados Unidos, permitem o uso do produto. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.