08/Fev/2022

Segundo a CropLife Brasil, entidade que reúne empresas de defensivos e sementes e instituições de pesquisa, os fabricantes de agroquímicos vêm acompanhando rigorosamente a oferta de seus produtos no mercado brasileiro em razão dos desequilíbrios globais observados desde 2021 no setor. A manifestação ocorre em meio aos relatos crescentes de produtores, de que há escassez de alguns defensivos no mercado, como herbicidas para dessecação de soja. A CropLife afirmou que houve quebras pontuais no fornecimento de determinados produtos na safra 2021/2022, sem menção aos dessecantes. Segundo a entidade, as quebras pontuais ocorreram em regiões restritas, fenômeno descrito pela CropLife como semelhante ao ocorrido em outros países agrícolas.

Em relação à 2ª safra de 2022, observa-se aumento na oferta de ativos importantes no mercado brasileiro, como glifosato, atrazina, acefato e 2,4-D, em comparação ao ano anterior. Ainda que diante de um cenário desafiador em termos de logística e restrições na cadeia de produção chinesa. Sobre os riscos que permanecem no cenário de abastecimento de agroquímicos, a CropLife informou que acompanha a reorganização das cadeias de suprimento de insumos em direção à normalização do abastecimento de produtos. Contudo, a superação dos obstáculos impostos por uma crise sem precedentes, associada à brusca mudança de política energética da China, exige o empenho também dos agricultores. O planejamento do produtor é essencial para o sucesso da agricultura brasileira na próxima safra.

O desequilíbrio observado na cadeia de abastecimento foi de ordem global, ocasionado por fatores como desorganização da logística de importação, aumentos dos custos dos fretes internacionais e restrições à produção industrial na China, grande fornecedora de insumos agrícolas, que busca adequar a sua matriz energética ao compromisso de redução das emissões de gases de efeito estufa. Ao fim de setembro de 2021, o governo chinês limitou o fornecimento de energia em polos industriais da cadeia química, incluindo defensivos, interrompendo temporariamente a produção de alguns insumos químicos essenciais para a fabricação de defensivos agrícolas. Esses atos de governo da China limitaram fortemente as opções de aquisição de insumos no mercado internacional. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.