ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

11/Jan/2022

Diesel subiu menos nos postos que nas refinarias

O preço do óleo diesel S-10, motivo de recorrentes ataques do presidente da República, Jair Bolsonaro, e dos caminhoneiros à Petrobras no ano passado, subiu mais nas refinarias da estatal e na importação, em 2021, do que nos postos. Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) demonstram alta de 57% nestes pontos da cadeia, e de 41,5% ao consumidor final. Essas altas superam em mais de quatro vezes a inflação acumulada de janeiro a novembro, de 9,26%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A inflação fechada de 2021 será divulgada nesta terça-feira (11/01). Já o aumento de preços da gasolina e do botijão de 13 Kg do gás liquefeito de petróleo (GLP), popularmente conhecido como gás de cozinha, se manteve equilibrado nos dois elos da cadeia, no ano. A alta da gasolina na produção e importação ficou em 42% e na revenda, em 44%. No caso do GLP, a variação foi de 36% e 33%. Em 2021, o diesel começou o ano sendo vendido a R$ 3,78 por litro aos consumidores finais e terminou a R$ 5,35 por litro, em média. A gasolina subiu de R$ 4,62 por litro para R$ 6,67 por litro.

Enquanto o botijão passou de R$ 76,86 para R$ 102,36. No diesel e na gasolina, outros componentes influenciam os preços finais além dos produtos da Petrobras e de importadores. Antes de chegar aos postos, empresas distribuidoras adicionam etanol à gasolina e biodiesel ao óleo diesel. Os preços dos dois produtos também estiveram valorizados no ano passado. Além disso, são cobrados tributos. No refino e na importação, o encarecimento dos produtos é justificado pela valorização do petróleo no mercado internacional e do dólar em relação ao Real.

Os dois segmentos utilizam a cotação da matéria-prima e dos derivados, além de custos logísticos e câmbio, na hora de definir seus valores de venda. A Petrobras reiteradamente afirma que, apesar da alta significativa dos preços dos derivados de petróleo e das pressões, manterá sua política de preços, o PPI, que atrela os valores dos seus produtos aos de importação. Segundo a Petrobras, ainda há pessoas que consideram, por desinformação ou outro motivo, que a estatal deva ser responsável pela redução de preço. Mas, ela não tem condições de fazer isso.

Em 2020, quando o petróleo Brent esteve bastante baixo, chegou a US$ 13,00 por barril, a Petrobras teve prejuízo por três trimestres seguidos, mas teve de seguir o preço de mercado. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a participação do segmento produtor de diesel no preço final ao consumidor é de 54%. O biodiesel responde por 17%; os tributos federais, por 6,8%; os tributos estaduais, por 14,1%; e as margens da distribuição e revenda, por 14,1%. Esses dados são de setembro, últimos divulgados pela agência reguladora. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.