06/Dez/2021
A expansão e o desenvolvimento da infraestrutura de transportes no Brasil até 2035 podem necessitar de até R$ 789 bilhões em investimentos. A cifra, expressiva, é considerada para um cenário de máxima oferta no País e faz parte de uma simulação do Plano Nacional de Logística (PNL) 2035, apresentado na sexta-feira (03/12) pelo Ministério da Infraestrutura. Pelo documento, que tem entre os destaques o crescimento robusto da malha ferroviária, o governo espera avançar em um planejamento logístico mais sofisticado para os próximos anos. O plano serve para fundamentar os projetos setoriais de cada tipo de transporte, passo importante para o Executivo definir o que pode ser resolvido com investimento privado, por meio de concessões, por exemplo, e o que demandará recursos públicos.
Fará toda a diferença na decisão estratégica para os próximos anos de investimento, que serão anos mais duros ainda em termos de alocação orçamentária, segundo a secretária de Planejamento, Desenvolvimento e Parcerias do Ministério da Infraestrutura, Natália Marcassa. Foram simulados nove cenários para a infraestrutura em 2035, quando é esperado um equilíbrio maior dos meios de transporte. Historicamente, o setor é dominado pela malha rodoviária - mesmo não sendo a opção mais adequada economicamente. Hoje, as rodovias respondem por mais de 60% da matriz, ante 20% de participação das ferrovias, consideradas mais eficientes e menos poluentes.
Por isso, uma das grandes apostas do plano é no crescimento desse modal. A expectativa é de que, até 2035, a malha ferroviária represente pelo menos 30% da matriz. No cenário mais otimista, esse número pularia para 47,2%. Para chegar a esse novo patamar, o governo conta com novos leilões de ferrovias e a execução das obras já previstas. Entre os destaques estão a Ferrovia Norte-Sul (já licitada), a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (com primeiro tramo já leiloado), a Ferrovia de Integração Centro-Oeste, e a Ferrogrão, que sofre com imbróglios jurídicos para sair do papel.
O marco legal das ferrovias, que entrou em vigor por medida provisória editada pelo governo em agosto, também influencia as projeções. O texto libera um novo regime ferroviário no País, chamado de autorização. Nele, traçados são construídos exclusivamente pelo interesse da iniciativa privada, sem licitação. Desde que a MP foi publicada, o governo já recebeu 36 solicitações para construção de ferrovias, com investimentos que ultrapassam R$ 150 bilhões - número que ainda não foi integralmente absorvido pelo plano. Por ora, para todos os modais, o teto de investimentos simulados é de R$ 789 bilhões. No cenário com menor volume, a cifra chegaria a R$ 375,5 bilhões. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.