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24/Nov/2021

Fertilizantes: EUA enfrentarão altas na nova safra

Os Estados Unidos vão enfrentar a onda altista de fertilizantes para a safra 2022/23 antes do Brasil, segundo o consultor em agronegócios e fundador da Cogo Inteligência em Agronegócio, Carlos Cogo. "Quem vai enfrentar primeiro a onda altista de adubos com os preços mais altos dos últimos 20 anos serão os Estados Unidos, que estão comprando insumos para safra 2022/2023 que será plantada em abril e maio", disse Cogo, durante o 8º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, realizado pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA) nesta terça-feira (23/11). Com isso, a rentabilidade norte-americana das lavouras de soja e de milho tende a recuar expressivamente.

"Estimativas da Universidade de Illinois apontam para rentabilidade de US$ 3 a US$ 20 por acre, especialmente pela alta dos nitrogenados", disse Cogo. Segundo ele, esse aumento de custos com insumos deve refletir em redução de área plantada nos Estados Unidos, que atualmente cultiva 105 milhões de hectares com grãos, e migração de áreas destinadas para milho para soja, em virtude de menor custo de insumos para produção da oleaginosa. Em relação ao Brasil, Cogo apontou que se o produtor optasse por realizar as compras para a safra 2022/2023, plantada a partir de setembro do ano que vem, neste momento, a relação de troca estaria duas vezes e meia inferior ao da safra 2021/2022. "Produtor brasileiro plantou safra 2021/2022 com preços de insumos ainda em patamar pré pandemia.

Foram necessárias 6,4 sacas de 60 Kg de soja para adubação de um hectare. Hoje, seriam necessárias quase 13,9 sacas de 60 Kg de soja para compra de pacote de fertilizantes para um hectare da safra 2022/2023", comentou Cogo. Segundo ele, mesmo com os patamares elevados dos custos agrícolas, a rentabilidade das lavouras de soja e milho brasileiras tende a continuar elevada e com margem Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) na ordem de 37%. "Mesmo nessa simulação, em pior ambiente possível de compra de insumos, o produtor brasileiro teria maior rentabilidade que o agricultor norte-americano", avaliou Cogo. Fonte: Agência Estado.