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16/Nov/2021

Máquinas: setor prevê bom desempenho em 2021

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a expectativa de uma safra recorde de grãos, os altos preços das commodities agrícolas, o crescimento as exportações e a capitalização dos produtores rurais deixaram otimistas os fabricantes de máquinas e implementos em 2021. Graças a isso, o setor projeta um faturamento total de R$ 38,3 bilhões no ano, 40% acima do desempenho de 2020 em termos reais. A expansão prevista no ano, porém, fica abaixo da alta de 49,8% registrada no acumulado até setembro ante igual período de 2020, para R$ 28,9 bilhões, sendo 86% do valor provenientes do mercado interno, e a percepção sobre 2022 é mais cautelosa.

O cenário para o ano que vem é um pouco mais complexo, com aumento de custos de produção e dos juros, além da falta de insumos nas fábricas e de linhas de financiamento para os agricultores. Mesmo assim, a rentabilidade da próxima safra de verão (1ª safra 2021/2022) deverá permanecer muito boa e o crescimento das vendas da indústria, embora menor, será importante porque vai ocorrer sobre uma base elevada de comparação, refletida também na geração de empregos. O número de funcionários das fabricantes de máquinas passou de 44,1 mil em dezembro de 2019 para 52,1 mil no fim de 2020, mesmo com o impacto da Covid-19, e chegou a 59,1 mil em setembro deste ano. A cautela é compartilhada pela CNH Industrial para a América Latina, dona das marcas New Holland Agriculture e Case IH.

Depois do período de fechamento de fábricas no início de 2020, por causa da pandemia, a produção voltou, o mercado se recuperou bem e o desempenho no ano foi melhor do que o previsto, com crescimento de 17,7% no faturamento do setor, para R$ 27,3 bilhões. O problema é que as empresas já sentem um “pé no freio” no desempenho devido à falta de insumos como semicondutores no mercado global, ao aumento dos preços do aço, a gargalos logísticos e à desvalorização do Real que, embora favoreça as exportações do agronegócio, pressiona os custos nas fábricas. Em 2022, esses mesmos inconvenientes devem persistir. A CNH produz máquinas agrícolas em Sorocaba, Piracicaba (SP) e Curitiba (PR), no Brasil, e em Córdoba, na Argentina.

Com unidades industriais em Montenegro e Horizontina, no Rio Grande do Sul, e em Catalão, em Goiás, a John Deere também está mais confiante em relação ao desempenho deste ano do que com o de 2022. Em 2021, a empresa será parte importante do crescimento de 40% do setor previsto pela Abimaq. Para o ano que vem, no entanto, além da volatilidade cambial e da alta dos custos dos insumos agrícolas, há incertezas em relação à oferta e à previsibilidade de crédito em volume e condições atrativas principalmente para os pequenos e médios produtores. Como exemplo, pode-se citar a suspensão, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no fim de setembro, das contratações de financiamentos do Moderfrota, o principal programa de aquisição de máquinas e implementos agrícolas do Plano Safra, que cobra juros de 8,5% ao ano, e teve os recursos esgotados em menos de três meses.

Hoje, os produtores só encontram linhas que começam de 12% ou 13%. Ainda assim, há otimismo com o comportamento do mercado no ano que vem, mas uma previsão mais precisa vai depender das definições de plantio durante o primeiro trimestre. A AGCO, que registrou um crescimento de 67,3% nas vendas líquidas no primeiro semestre frente ao mesmo período de 2020 na América do Sul, principalmente no Brasil, na Argentina e no Chile, estima que o mercado brasileiro fechará 2021 com alta de cerca de 30%. A previsão é menor que a da Abimaq, mas para 2022 a companhia tem uma estimativa de manutenção do crescimento sólido registrado no último ano. A empresa tem fábricas em Canoas, Santa Rosa e Ibirubá (RS) e em Mogi das Cruzes (SP). No ano passado, anunciou investimentos de US$ 25 milhões em um período de dois a três anos na unidade industrial de São Paulo. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.