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01/Nov/2021

Insumos: custos pressionarão margem no campo

A escalada dos preços dos insumos agropecuários, como fertilizantes, defensivos e ração animal, foi a principal responsável pelo aumento generalizado dos custos de produção da atividade rural em 2021. A variação cambial acentuou o movimento e teve impacto nas altas de 17% na soja, de 15,2% na pecuária de corte para cria e recria, de 34% no arroz produzido no Rio Grande do Sul e de 29% na cana-de-açúcar plantada na Região Nordeste, segundo dados levantados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Ainda que a alta de preços compensou a dos custos na área de grãos, na pecuária houve achatamento. O fertilizante foi o item que mais pesou no bolso dos produtores rurais. Os custos com defensivos dobraram. O preço do glifosato, herbicida mais utilizado nas lavouras do País, aumentou 126,8%.

O setor detectou a elevação de custos com defensivos já no episódio de proibição de uso do herbicida paraquate, mas a tensão é maior com as crises nos países fornecedores dos insumos. O escritório da CNA na China monitora as restrições de produção de alguns produtos químicos e rastreia informações sobre a disponibilidade de matéria-prima no Vietnã. Foi feito alerta para a necessidade de oferta volumosa de crédito rural em 2022 para que a alta de custos não gere retrocessos no nível tecnológico aplicado no campo. O cenário de incertezas deve permanecer em 2022 e apertar as margens de lucro no campo. Para os criadores de gado, o “fator China” ainda é determinante, já que estava precificando o mercado.

Com o mercado doméstico enfraquecido pela crise econômica e as exportações de quase 16% de toda produção de carne bovina travadas com o embargo chinês, deve haver desestímulo aos investimentos e contenção de gastos, o que pode abrir oportunidades para o pecuarista confinador que se planejar bem. A ausência da China será muito sentida. De qualquer forma, analistas praticamente descartam o risco de desabastecimento de adubos. A previsão é de um auto-ajuste do mercado com cortes significativos, de até 40%, na aplicação de alguns produtos nas lavouras na próxima safra. Mesmo assim, é inevitável outro aumento de custo. A queda na demanda será crucial para a melhora das relações de trocas a partir do segundo trimestre de 2022. É fundamental uma estratégia proativa de gestão de compras. Será necessária uma grande espremida de margem para reduzir o uso de fertilizante e equacionar a situação. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.