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29/Out/2021

KEPLER WEBER: expectativa positiva para vendas

A alta das taxas de juros no Brasil e, consequentemente, das taxas praticadas em financiamentos de bens de capital, como silos e armazéns, pode ter “certo impacto”, mas “não vai interferir muito” na demanda de produtores rurais por estes produtos, disse o diretor-presidente da Kepler Weber, Piero Abbondi durante teleconferência com investidores e analistas sobre os resultados do terceiro trimestre de 2021 nesta quinta-feira (28/10). “O custo do capital é importante, mas a agricultura brasileira é pujante e o produtor vai continuar fazendo investimentos. No último ano, metade das nossas vendas foi feita a produtores que usaram recursos próprios, o que mostra que estão capitalizados”, informou Abbondi. Na quarta-feira (28/10), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central acelerou o ritmo de elevação da Selic (a taxa básica de juros), com alta de 1,50%, de 6,25% para 7,75% ao ano.

A última vez que o Copom tinha aumentado a Selic em mais de 1% foi em dezembro de 2002, quando a taxa passou de 22,00% para 25,00%. Nas cinco reuniões anteriores deste ano, o Banco Central havia subido a taxa em 0,75% em três ocasiões e em 1% nos encontros de agosto e setembro. Abbondi acrescentou que a companhia trabalha com perspectiva de boa rentabilidade para agricultores do País na safra 2021/2022, que tende a minimizar o aumento dos preços de insumos agrícolas, como defensivos e fertilizantes, e as taxas de juros mais altas. “O câmbio sem dúvida tem impacto sobre os custos de produção (porque boa parte dos insumos é importada), mas também tem efeito positivo sobre a receita (produtores recebem mais em real), então não vemos impacto negativo para a rentabilidade do produtor, que continua boa. Devemos ver interesse do produtor em investir e melhorar a eficiência do negócio”, afirmou. O diretor Financeiro e de Relações com Investidores da empresa, Paulo Polezi, que também participou da teleconferência, comentou que os R$ 4,1 bilhões ofertados no Plano Safra 2021/2022 com taxas controladas foram consumidos de forma muito rápida.

Ele informou também que a companhia já tem “estoques protegidos” para seus projetos, o que limita o efeito negativo do dólar valorizado ante o Real em novas compras de matérias-primas, como aço. Abbondi ponderou ainda que a oscilação do dólar no Brasil acaba sendo incentivo para o produtor investir em armazenagem. “Se o produtor não tiver onde armazenar o grão, após a colheita ele tem de vender logo. A flutuação (do câmbio) é incentivo para armazenagem, para o produtor ser senhor do seu tempo e tomar decisões mais estruturadas”, apontou. Os executivos reforçaram ainda que “gestão, custos de produção sob controle, receitas recorrentes e posicionamento (no mercado) permitem à empresa ver “estabilidade e possibilidade de expandir margens”. A margem Ebitda ajustado da empresa no terceiro trimestre foi de 19,2%, ante 19,1% em igual período do ano passado. Fonte: Agência Estado.