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27/Out/2021

Combustíveis: preços devem continuar avançando

A cotação do petróleo no mercado internacional e o câmbio não vão dar trégua à economia brasileira nos próximos meses e devem continuar a pressionar os preços dos combustíveis. A tendência é que as ofertas de petróleo e de derivados continuem descoladas da demanda. Assim, com mais compradores do que vendedores, além da moeda norte-americana valorizada em relação ao Real, a expectativa é de alta de preços nos postos. No Brasil, onde os reajustes acontecem em linha com as oscilações externas, novos reajustes da gasolina e do óleo diesel são esperados. O último foi concedido no dia 25 de outubro e outros devem estar por vir. A gasolina ficou 7% mais cara e o diesel, 9,2%. No ano, os dois acumulam altas de 73% e 66%, respectivamente. Segundo importadores, ainda há uma defasagem entre os valores cobrados pela estatal e os negociados nos principais centros de comercialização do mundo.

A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) calcula uma diferença, na média dos portos nacionais, de 11% para a gasolina e de 13% para o óleo diesel. Com esse cenário, de preços internos inferiores aos negociados em outros países, não há perspectiva de importadores competirem com a Petrobras no mercado interno de combustíveis. As importações somente vão acontecer em dezembro, caso a petrolífera informe, novamente, não ter capacidade de atender toda demanda. Neste mês de outubro, a Petrobras chegou a informar às distribuidoras que não importaria combustíveis para complementar o consumo projetado para novembro. As importadoras viram na comunicação da estatal uma oportunidade de substituir parte do seu suprimento. Mas, segundo a Abicom, no fim das contas, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou que não há risco de desabastecimento e que a oferta da Petrobras será suficiente para cobrir os pedidos das distribuidoras.

Independentemente do fornecedor da gasolina e o diesel, eles continuarão sendo comercializados a valores equivalentes aos do mercado internacional e corrigidos em dólar. Essas são as variáveis utilizadas pela Petrobras e pelos importadores para definir os preços às distribuidoras, que, por sua vez, repassam as altas aos donos de postos. A fotografia do mercado atual é de cotações elevadas. Vendido a mais de US$ 80,00 por barril, o petróleo do tipo Brent, negociado na Bolsa de Londres, ficou 60% mais caro neste ano e mais que dobrou nos últimos 12 meses. Os principais determinantes dos preços no Brasil (preço internacional do petróleo e dólar) continuam pressionando para altas. A defasagem já está significativa. Para os próximos meses, o preço internacional tende a ficar elevado pois os estoques estão baixos e a OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) está com condições de controlar a oferta.

Pelo lado do câmbio, a situação atual não indica alívio, avalia a Universidade Federal Fluminense (UFF). A avaliação da S&P Global Platts é que os estoques de derivados estão baixos nos principais centros de comercialização, justamente quando se aproxima o inverno do Hemisfério Norte e consumo aumenta. O refino, principalmente na Europa e em partes da Ásia, está sentindo uma pressão adicional dos altos preços do gás natural. Refinadores incapazes de substituir o gás por insumos mais baratos podem precisar cortar produção à medida que as margens são comprimidas. Além disso, a recuperação das economias e da mobilidade continuará sustentando a demanda. Como o Brasil é um importador líquido de diesel e os preços locais são baseados em preços de paridade de importação, preços internacionais mais fortes se traduzem em preços de importação mais altos, que pressionam os preços de varejo local. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.