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22/Out/2021

Fertilizantes: SUPERBAC inaugura biofábrica no PR

A Superbac, de fertilizantes organominerais, inaugurou, nesta quinta-feira (21/10), em Mandaguari (PR) a sua biofábrica de micro-organismos, que são a base para produção de insumos biológicos. A companhia investiu aproximadamente R$ 100 milhões no complexo, que inclui a biofábrica, laboratórios e estrutura de pesquisa e desenvolvimento, chamada de Superbac Innovation Center. A planta tem capacidade de produção de 50 mil litros de componentes por ciclo. Até então, a empresa importava parte dos micro-organismos e bactérias necessários para a fabricação. Até então, a fábrica recorria ao exterior para a reprodução dos micro-organismos. Agora, 100% do processo tecnológico será dentro da companhia com capacidade de produção para os próximos 10 anos. O empreendimento vai permitir a entrada da empresa em novas frentes de negócios como nutrição animal e humana, cosméticos, fármacos, óleo e gás, defensivos biológicos, entre outros.

A Superbac iniciou o projeto do complexo em 2015. Hoje, cerca de 60 pesquisadores atuam no Superbac Innovation Center. Por meio do complexo, a companhia vai pesquisar, desenvolver e reproduzir os micro-organismos para a produção industrial dos insumos biológicos. Após atingir a autossuficiência na produção da matéria-prima microbiana, a companhia pretende comercializar os micro-organismos para outras empresas brasileiras e até mesmo exportar componentes biológicos como proteínas, enzimas e corantes naturais. A companhia mantém o plano estratégico de crescer 25% por ano pelos próximos dez anos. A companhia também destacou que a biofábrica possui flexibilidade de produção, podendo cultivar até três microrganismos diferentes ao mesmo tempo, o que não é comum na produção microbiana.

Segundo a Superbac, a sua biofábrica é a mais moderna da América Latina, com uma biofábrica comparada às de nações como Alemanha, Dinamarca e Estados Unidos. O governador do Paraná afirmou que o empreendimento está no caminho da agricultura sustentável. É a agroecologia, que produz alimento de forma sustentável com cuidado ao meio ambiente e menor uso possível de herbicidas, pesticidas e fertilizantes químicos e com alta tecnologia. A região onde a empresa está localizada tem forte atuação na agricultura, a qual poderá utilizar os bioinsumos, e permitirá fornecer os insumos a outros Estados produtores. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) lembrou que o marco regulatório dos bioinsumos está em tramitação na Câmara dos Deputados e que se trata de um mercado crescente no Brasil. O mundo quer, cada vez mais, alimentos sem insumos químicos.

A Superbac espera que seu faturamento cresça de R$ 750 milhões esperados para este ano para R$ 1 bilhão no ano que vem. A estimativa considera o primeiro ano de operação plena de sua nova biofábrica, que terá capacidade de produção de 50 mil toneladas de bioinsumos a cada 24 horas. O crescimento esperado das receitas deve-se à diminuição de despesas pela companhia para importação, especialmente dos Estados Unidos, dos micro-organismos e bactérias necessários para a fabricação dos seus bioinsumos e a entrada da empresa em novos segmentos a partir de 2022. As novas frentes almejadas são nutrição animal e humana, cosméticos, fármacos, óleo e gás, defensivos biológicos, entre outras. Após atingir a autossuficiência na produção da matéria-prima microbiana, a companhia pretende comercializar os micro-organismos para outras empresas brasileiras e até mesmo exportar componentes biológicos como proteínas, enzimas e corantes naturais.

O novo complexo da empresa está inserido em seu planejamento estratégico de dez anos. A empresa vislumbra autossuficiência a partir de 2022 em bactérias e bioinsumos e a entrada no mercado de defensivos biológicos a partir da safra 2023/2024. A empresa continuou investindo e pode crescer na comercialização de micro-organismos e bactérias para atender terceiros porque haverá capacidade ociosa até 2030. A empresa destacou a sustentabilidade relacionada ao novo complexo da empresa e à demanda crescente das práticas ESG pelo agronegócio. No agro, a sustentabilidade está na diminuição da dependência de químicos para adubação e proteção dos cultivos. A proposta é utilizar biológicos sempre que possível e químicos quando necessário, fazendo manejo integrado ao meio ambiente e diminuindo dependência de insumos fora do Brasil.

O mercado brasileiro de biodefensivos cresce dois dígitos por ano e representa cerca de 5% do mercado de proteção US$ 12 bilhões anuais. A tendência é que os negócios de adubação e proteção sejam cada vez mais ocupados pela biotecnologia. Estão sendo substituídos os processos que hoje são questionáveis sob o âmbito da sustentabilidade. A percepção da empresa é de que não haverá risco de ruptura no fornecimento de fertilizantes para o Brasil, diante dos rumores crescentes de possível falta de alguns ativos para importação dos produtores brasileiros. O momento é conturbado mundialmente, em que todos terão que ter capacidade maior de planejamento. A maior parte dos insumos para a safra de grãos de verão (1ª safra 2021/2022) e para a 2ª safra de milho de 2022 já está garantida pelos produtores. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.