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20/Out/2021

Distribuidoras precisarão importar combustíveis

Com o petróleo a mais de US$ 80,00 por barril, a Petrobras deixou para as suas clientes a incumbência de complementar com importação o volume adicional à produção nacional necessário para atender a demanda interna de combustíveis. Sem a tradicional ajuda estatal, as distribuidoras vão por conta própria comprar produtos em outros países. Esse custo excedente com importação vai ser repassado para o consumidor final que, no fim das contas, deve pagar mais caro pelos combustíveis nas bombas, ainda que a Petrobras não reajuste seus preços nas refinarias. As distribuidoras garantem que não há risco de desabastecimento. O fornecimento será garantido com a produção externa. Na verdade, o Brasil sempre contou com os importados para complementar a diferença entre o volume total refinado pela Petrobras e a demanda. A diferença agora é que, em vez de a Petrobras liderar essa importação, como fazia até então, as distribuidoras vão tomar à frente do processo e arcar elas próprias com os custos.

Isso não significa quebra de contrato. A Petrobras está entregando os volumes contratados. O que ela não está garantindo são os volumes adicionais. O mercado compreende que a Petrobras não tem motivo para assumir o ônus de recorrer ao mercado internacional, a não ser que reajuste seus preços. Como o momento econômico e político não é propício para isso, a empresa preferiu repassar a responsabilidade da importação às distribuidoras. Necessariamente, será preciso recorrer ao mercado externo. Caso contrário, as distribuidoras teriam que pagar multas aos donos de postos por não cumprirem com o compromisso de abastecimento. A defasagem entre a disponibilidade interna de combustíveis e demanda diz respeito aos contratos com entrega prevista para o mês que vem. No mundo todo, o mercado de petróleo e derivados está aquecido. Num só momento, o consumo subiu, por conta do avanço da vacinação e recuperação das economias. Ao mesmo tempo, a oferta caiu.

A consequência foi a disparada das cotações das commodities de energia, com reflexos no Brasil que adota preços alinhados aos internacionais. A Petrobras afirma que as distribuidoras encomendaram mais combustíveis para o mês que vem do que de costume e que não teve tempo de se preparar para esse boom. Segundo a Petrobras, comparado com novembro de 2019, a demanda por diesel aumentou 20% e a de gasolina, 10%. Esses excedentes superam sua capacidade interna de produção. No mercado, no entanto, executivos de distribuição negam essa versão. Eles dizem que o consumo subiu, mas nem tanto. A Petrobras segue atendendo os contratos com as distribuidoras, de acordo com os termos, prazos vigentes e sua capacidade. Além disso, está maximizando sua produção e entregas, operando com elevada utilização de suas refinarias. O parque de refino está operando com um nível de utilização elevado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.