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06/Out/2021

Fertilizantes: vendas deverão ter forte alta em 2021

As entregas de fertilizantes ao consumidor final no Brasil devem crescer 8% neste ano para 43,81 milhões de toneladas ante 40,56 milhões de toneladas consumidas internamente no ano passado. Em junho, a previsão era de que as entregas finais fossem atingir entre 42,9 milhões de toneladas e 43,7 milhões de toneladas este ano. Se for confirmada a projeção, o Brasil baterá novo recorde de consumo de adubos. As importações brasileiras de adubos estão bastante aquecidas neste ano. Entre janeiro e agosto, o volume importado, de 22,3 milhões de toneladas, superou em 12% a importação de adubos de igual período do ano passado. O mercado se abasteceu bastante, mas a demanda ainda está muito forte. As entregas de fosfato e potássio devem cair no quatro trimestre, tendo em vista que a safra de verão (1ª safra 2021/2022) já está sendo plantada.

Por outro lado, as entregas de nitrogenados, especialmente a ureia, tendem a atingir o pico para aplicações no milho 2ª safra de 2022. A relação de troca (quantidade de determinada commodity necessária para adquirir 1 tonelada de adubo) favorável ao produtor no primeiro semestre deste ano estimulou o investimento e antecipação da compra dos adubos. No início deste ano, a relação de toca estava muito positiva aos produtores com preços dos fertilizantes em queda e os das commodities em alta. Contudo, a partir de junho, a relação de troca se deteriorou com as cotações dos adubos em patamares historicamente elevados. A relação de troca para alguns ativos está no pior nível para os produtores dos últimos anos. O encarecimento dos fertilizantes reduz o poder de compra do produtor. Neste último trimestre deste ano, a relação de troca do complexo NPK (nitrogênio, fósforo e potássio - três principais macronutrientes utilizados nas lavouras) está depreciada ao agricultor.

Essa deterioração da relação de troca pode limitar as compras para 2022. No momento, a preocupação dos produtores é com elevado preço dos nitrogenados, que precisam ser adquiridos para a 2ª safra de milho de 2022, que será plantada no primeiro semestre do ano que vem. A estimativa é de que 39% dos fertilizantes para 2ª safra de 2022 de milho no Brasil já haviam sido adquiridos até agosto, em média com os anos anteriores. As compras devem acelerar neste último trimestre. Para 2022, há rumores de produtores que podem optar pela menor aplicação de adubos e/ou por troca para cultivo de culturas que utilizam menor volume de fertilizantes. Fatores altistas devem influenciar os preços dos fertilizantes no mercado internacional neste último trimestre do ano.

Entre os fatores altistas para as cotações do complexo NPK (nitrogênio, fósforo e potássio), pode-se citar a valorização e o aumento na demanda de inverno por gás natural devem elevar os custos de produção de amônia e nitrogenados. Para os potássicos, o endurecimento das sanções da União Europeia (UE) e Estados Unidos contra as exportações da Bielo-Rússia tende a limitar a oferta global do ativo. Para os fosfatados, como fatores altistas, estão os rumores de que o governo chinês barraria as exportações do nutriente e de que a demanda indiana que ainda está forte. Questões como as paralisações em plantas dos Estados Unidos afetadas pelo furacão Ida e os fretes marítimos elevados contribuem para a alta dos preços dos adubos.

Do lado baixista, pode-se citar a finalização das compras para safra de verão na América do Sul e a deterioração das relações de troca (quantidade necessária de determinada commodity para adquirir 1 tonelada de adubo), que podem diminuir a demanda, tendem a colaborar para o arrefecimento do mercado internacional de adubos. Os três principais macronutrientes utilizados nas lavouras (fosfatados, nitrogenados e potássicos) acumulam valorização expressiva desde o ano passado. O valor pago pela ureia no Brasil subiu 130% desde o início do ano, do fosfato monoamônico (MAP), aumentou 70% neste ano e o do cloreto de potássio (KCl), avançou 200%. O principal motivo do encarecimento dos adubos é a forte demanda. A relação de troca favorável ao agricultor e o patamar elevado das commodities estimularam o consumo de adubos. A oferta internacional de adubos não conseguiu acompanhar o crescimento da demanda, o que sustentou preços. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.