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04/Out/2021

BAYER e MOSAIC firmam parceria no PRO Carbono

O programa PRO Carbono, da multinacional Bayer, será expandido em mais de quatro vezes na safra 2021/2022, alcançando cerca de 1.800 produtores brasileiros e buscando incentivar práticas agrícolas mais sustentáveis, ao mesmo tempo em que pode ajudar o agricultor em futuras negociações de créditos de carbono. A agricultura, considerada um importante vetor de emissões na atmosfera, pode também sequestrar de 1,5 a 2 toneladas de carbono por hectare, dependendo das práticas utilizadas. Mas, o problema é que ainda faltam modelos científicos que validem como isso funciona, especialmente na agricultura tropical do Brasil, uma situação que o programa PRO Carbono quer ajudar a amenizar.

Enquanto esse processo, cuja comprovação pode levar cerca de três anos e inclui análises criteriosas de solo, é desenvolvido, o programa bancado pela Bayer incentiva produtores de grãos e oleaginosas a melhorar suas práticas agrícolas para obter maiores produtividades e renda. Para a Bayer, o crédito de carbono é o final, é a consequência, não é a causa. Então, é preciso começar a atuar para que o agricultor tenha mais práticas sustentáveis e produza mais; esse é o agricultor que vai ter perfil de solo melhor para sequestrar esse carbono. O processo de assistência técnica aos produtores tem a participação da Embrapa, universidades como a Esalq/USP, 70 consultorias e startups.

Além disto, o programa acaba de ganhar um parceiro de peso, a produtora de fertilizantes Mosaic, uma vez que o uso otimizado de adubos é uma das recomendações previstas nas melhores práticas de manejo. Além dos conhecimentos técnicos da UniMosaic, por meio de cursos, os agricultores participantes também deverão ter acesso a soluções de financiamento com condições mais vantajosas. O Itaú BBA também participa do programa. Na mesma linha, a Bayer negocia a integração de seguradoras ao PRO Carbono. A parte importante é: valorizar o agricultor antes do carbono; ele vai produzir mais com mais sustentabilidade, produzindo mais com menos risco. Para isso, eles foram conectados com banco, seguradora e empresa de fertilizante, para ele ter benefícios de curto prazo.

Uma vez que todas as aferições no solo relativas ao carbono sejam comprovadas, aí o produtor poderá ter, no longo prazo, também acesso ao mercado de créditos. Este modelo gera 10% a mais de produtividade e 6% a mais na rentabilidade. Então, não é só o carbono que está sendo discutido, mas também os benefícios de curto prazo. O PRO Carbono, desenvolvido em dez países atualmente, começou no ano passado no Brasil e nos Estados Unidos, e está sendo expandido na safra atual para a Argentina. Mas, é no Brasil que ele reunirá o maior número de participantes. No momento, o projeto prevê assistência técnica e monitoramento de solo em 670 municípios de 16 Estados.

O programa envolverá mais de 215 mil hectares no Brasil, sendo que cada propriedade poderá participar com apenas um talhão. Nos Estados Unidos, o PRO Carbono reúne 600 agricultores, e na Argentina ele iniciará com cerca de 140 produtores rurais. Os agricultores estão dentro do chamado escopo 3 de emissões de gases do efeito estufa da Bayer e de outras empresas da cadeia alimentar. A companhia tem compromisso global de reduzir em 30% as emissões até 2030, e de apoiar 100 milhões de agricultores por meio de parcerias e inovações. Fonte: Money Times. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.