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01/Out/2021

Insumos: crise energética na China é preocupante

Segundo o Itaú BBA, a crise energética e a desaceleração econômica da China, esta última decorrente da crise da incorporadora Evergrande, preocupam o agronegócio brasileiro. Estes temas demandam acompanhamento do agronegócio brasileiro, especialmente a crise energética. Os impactos do encarecimento e até da disponibilidade de insumos podem ser mais duradouros, o que afetaria ainda mais os já elevados custos de produção. A China vem enfrentando forte elevação dos preços de energia elétrica e interrupções de fornecimento, o que afeta as atividades industriais do país com redução e até paralisação das atividades. E, consequentemente, eleva os riscos para o agronegócio brasileiro, que é bastante dependente das importações de princípios ativos, defensivos agrícolas e fertilizantes vindos do país asiático.

A crise energética da China decorre da demanda elevada por energia elétrica, do aumento dos preços do gás e das restrições na produção a partir da queima do carvão. Esses impactos da crise energética nas regiões industriais chinesas elevam o risco de disponibilidade dos insumos agrícolas, além de afetar ainda mais as cotações. Já há notícias de paralisações ou redução das atividades de produção de fertilizantes devido à falta ou interrupção de fornecimento de energia. Além disso, a grande maioria da produção local ainda utiliza o carvão ao invés de gás natural, o que as torna mais vulneráveis às restrições das políticas ambientais. Assim, há possibilidade de a China controlar as exportações de produtos feitos à base de gás natural. Do total importado de nitrogenados e fosfatados pela indústria brasileira, 20% e 7%, respectivamente, advêm da China.

A China é um dos maiores fabricantes de insumos agrícolas do mundo e um dos principais fornecedores destes produtos para o Brasil. No caso dos defensivos, 95% das aquisições brasileiras de glifosato são provenientes da China. As restrições de energia nas províncias chinesas também começam a afetar as indústrias de defensivos agrícolas. Há relatos de desabastecimento na produção de princípios ativos como glifosato na província de YunNan e de inspeções do governo chinês nas províncias de Shandong e de Hebei. Quanto à crise da Evergande, que é um risco adicional ao crescimento econômico chinês, podendo reduzir ainda mais as perspectivas para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Esses eventos, crise energética e risco de insolvência da Evergrande, geram questionamentos sobre quais seriam os impactos sobre as exportações de produtos agropecuários do Brasil, já que a China é principal parceira comercial do agronegócio brasileiro. A pauta de exportação Brasil-China é bastante concentrada em produtos básicos à alimentação local, o que os fazem menos sujeitos às variações de renda, embora caso ocorra uma desaceleração maior da economia, a taxa de crescimento esperada da demanda poderá ser afetada. Por outro lado, há produtos agropecuários exportados não essenciais ao consumidor chinês ou de maior valor agregado, como algodão e carne bovina, que são mais voláteis a questões relacionadas à renda. Esses produtos poderão enfrentar um ambiente mais desafiador se houver uma grande desaceleração da economia chinesa. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.