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17/Set/2021

Máquinas: importância da conectividade no setor

De acordo com executivos de fabricantes de máquinas agrícolas durante o evento Esfera Debate, promovido pela empresa Esfera BR, a agropecuária brasileira tem um longo caminho a percorrer até contar com conectividade na maior parte de suas lavouras. Segundo dados do Ministério da Agricultura a John Deere, apenas 23% das áreas agrícolas contam hoje com alguma conectividade. Outro estudo do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostrou que 89% das sedes das fazendas de Mato Grosso possuem conexão hoje, mas só 3% do território agrícola do Estado está coberto com sinal 3G ou 4G. Segundo a John Deere, há um caminho longo para esta parte da economia tão pujante do País, que é o agronegócio, ter conectividade.

Há desafios para que produtores rurais tenham conectividade nas áreas de lavouras e adotem novas tecnologias. Um deles é o alto custo para contar com internet em áreas de plantações. Outro é o fato de algumas plataformas e softwares não serem "amigáveis" e de fácil uso pelo produtor, ainda que os agricultores brasileiros, com idade média mais baixa que os norte-americanos, sejam propensos à adoção de tecnologias. Aa John Deere tem 45 mil máquinas com modens prontos para serem conectados, e mais da metade não está conectada por falta de conexão. A AGCO América do Sul apontou a necessidade de mais capacitação de funcionários e operadores de máquinas para utilizarem todo o potencial das soluções digitais.

Também foi destacado o efeito que o leilão do 5G trará ao agronegócio brasileiro. No curto prazo, o leilão do 5G acelera a implementação do 4G em estradas federais e áreas rurais. Além da importância de ter conectividade no campo, é preciso também que haja qualidade e estabilidade. Cada vez mais as empresas, bancos e outros agentes que atuam no agronegócio enfrentarão o desafio de falar não mais de produtos e dispositivos físicos, mas de soluções "intangíveis", digitais, e dos benefícios que podem trazer para a atividade. A AGCO tem adotado estratégia para atender a clientes cada vez mais de forma verticalizada. Neste mês, a empresa anunciou a aquisição da espanhola Faromatics, empresa de robótica e automação que atua no segmento de proteína animal.

A John Deere destacou que o 5G poderá viabilizar a rastreabilidade completa da produção brasileira de alimentos. É preciso provar que os alimentos brasileiros são feitos respeitando os três pilares da sustentabilidade, econômico, social e ambiental. Além de contribuir para a imagem do agronegócio nacional no mercado externo, por meio da rastreabilidade, a conectividade também traz maiores ganhos para os produtores. Produtores com monitoramento em tempo real conseguem produzir 2 a 4 sacas de 60 Kg a mais por hectare. A cada 10% de aumento da produtividade, há um aumento de 3% no PIB, conforme apontou estudo da Esalq. O Banco do Brasil (BB) afirmou que as informações coletadas e geradas por máquinas agrícolas durante as operações nas lavouras permitirão ao banco estruturar seguro agrícola considerando a produtividade por talhão.

Na maioria dos casos, atualmente, as seguradoras consideram o histórico de produtividade em determinado município ou região para estabelecer as condições das apólices. Dados coletados no campo darão condições de desenvolver produtos e serviços financeiros, como crédito e seguros, personalizados. O Banco do Brasil tem potencial para disseminar soluções digitais entre agricultores do País. A carteira do Banco do Brasil hoje tem 1 milhão de produtores rurais atendidos. São muitas oportunidades de conectar a agricultura com o digital. Antigamente o diagnóstico de uma lavoura demorava até três dias; hoje, com tecnologia, a resposta vem em até uma hora. A plataforma Broto, de comercialização de insumos e outros serviços, lançada há cerca de um ano, durante a pandemia, já movimentou aproximadamente R$ 850 milhões em negócios. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.