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06/Set/2021

Ferrovias: FIOL será um novo corredor logístico

A Fiol foi arrematada em leilão do Ministério da Infraestrutura, em abril, na B3. Para concluir a construção da ferrovia, o investimento da BAMIN será de R$ 3,3 bilhões, sendo R$ 1,6 bilhão em obras civis e R$ 1,7 bilhão em material rodante, como vagões e locomotivas. A subconcessão tem a duração de 35 anos, sendo cinco para construção e 30 anos para exploração. Quando concluída, a Fiol terá capacidade para movimentar 60 milhões de toneladas por ano, com o BAMIN utilizando apenas um terço desse potencial. Dois terços dessa capacidade estarão disponíveis para outras mineradoras, agronegócio, e todos os demais setores que precisarem escoar seus produtos e receber insumos, máquinas e implementos agrícolas. Para a BAMIN, a importância da Fiol é dupla, pois faz parte de um projeto de logística integrada que liga a Mina Pedra de Ferro, em Caetité, ao Porto Sul, que está sendo construído em Ilhéus.

A mineradora começou a produzir minério de ferro neste ano e deve movimentar 1 milhão de toneladas. Quando o Porto Sul e a Fiol forem concluídos, até 2026, a BAMIN será capaz de produzir 18 milhões de toneladas por ano. Assim que o acordo for assinado, a empresa terá 120 dias para entender o andamento da obra, e avaliar outras questões relacionadas. Será uma fase preliminar para a elaboração do plano de retomada das obras civis previstas para o segundo semestre de 2022. A retomada da construção gera expectativas de desenvolvimento, seja no âmbito federal, pelo que a Fiol representa em termos de fortalecimento do modal ferroviário e ganhos para o comércio exterior brasileiro, seja no âmbito local, nos 20 municípios que estão ao longo do traçado da nova ferrovia. A BAMIN prevê instalar mais de 30 pátios de carga ao longo da rota, criando oportunidades para os produtores regionais, potencializando as cadeias produtivas instaladas ao longo do caminho.

Por onde a Fiol passar, possibilitará novos negócios, arrecadação de impostos, geração de empregos e renda. O Ministério da Infraestrutura estima a geração de 55 mil empregos diretos e indiretos com a construção da ferrovia, em cinco anos. A importância da Fiol vai muito além da BAMIN, beneficiando toda a mineração da Bahia, que possui inúmeras outras empresas do segmento, ao alcance da ferrovia. É também um grande incentivo para o agronegócio, reduzindo custos, motivando novos e maiores investimentos. O novo corredor logístico integrará o oeste com o leste do Brasil, com um novo e importante corredor de exportação. Tanto a Fiol quanto o Porto Sul certamente contribuirão para o crescimento e o desenvolvimento sustentável da região.

O estado da Bahia ocupará uma nova e importante dimensão na economia nacional, tornando-se também o terceiro maior produtor de minério de ferro do País. Para a Associação de Agricultores e Irrigantes (Aiba), a FIOL é muito bem-vinda, pois o novo modal vai reduzir os custos de transporte. A estimativa da entidade é conseguir embarcar mais de 10 milhões de toneladas de grãos e fibras anualmente. Porém, há uma grande quantidade de carga ainda não dimensionada nas áreas da pecuária, piscicultura, madeira, celulose e fruticultura, com a expansão da área de cacau no oeste, e de banana, em que a Bahia é o maior produtor do País. Com mais dois trechos a serem construídos futuramente, a Fiol terá um total de 1.527 Km, chegando à Tocantins, onde poderá ser conectada à Ferrovia Norte-Sul. O projeto do trecho 2 vai de Caetité (BA) a Barreiras (BA) e o terceiro trecho vai até Tocantins, na cidade de Figueirópolis.

A Fiol fará a integração necessária para gerar oportunidades e riquezas. Em construção em Ilhéus (BA), o Porto Sul está sendo construído em parceria com o governo do Estado. O novo porto é parte fundamental para permitir, junto com a Fiol, a criação de um corredor logístico de exportação, conectando uma região produtora ao mercado externo. A BAMIN vai exportar sua produção, compartilhando a capacidade do porto também para outras cargas, como grãos, fertilizantes e outros minerais. Será um porto de águas profundas e deve ser o primeiro da Região Nordeste a receber navios com capacidade de até 220 mil toneladas. Deve ser construído até 2026, concluído ao mesmo tempo em que a Fiol. Fonte: Suinocultura Industrial. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.