25/Ago/2021
Segundo a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro-RS), o aumento no preço dos fertilizantes foi o principal fator que impulsionou a alta do custo de produção de soja e milho no Rio Grande do Sul na safra 2021/2022. Alguns adubos subiram mais de 100% em doze meses (agosto/2021 ante agosto/2020). De fevereiro a agosto, a alta é de 60%. Há impacto forte e preocupante dos fertilizantes no custo de produção. A estimativa é de que os custos totais de produção de soja e milho no Rio Grande do Sul na safra 2021/2022 devem subir, respectivamente, 48,5% e 52,01% em relação à temporada passada. No momento, o Estado está semeando as lavouras de milho da safra de verão (1ª safra 2021/2022) e o cultivo de soja deve começar em meados de outubro. A projeção de incremento no custo de produção é considerada forte e o cenário é preocupante.
Foi um crescimento acentuado, ainda que lastreado em preços bons das commodities, o que dá viabilidade econômica de plantio, mas assusta porque esse incremento dificilmente cede futuramente. Há preocupação da sustentação dos custos elevados nas próximas safras em meio à possibilidade de recuo dos preços recebidos pelo produtor pelos grãos. É uma alta que se deu pelo aumento dos preços dos insumos e não por efeitos cambiais. Depois dos fertilizantes, o segundo maior impacto no aumento do custo de produção veio dos defensivos agrícolas. O incremento dos agroquímicos entre a safra 2020/2021 e 2021/2022 foi expressivo. No caso dos aqroquímicos, forma observadas variações diferenciadas entre os ativos. Há alguns ativos, inclusive, com restrição de oferta e outros com falta de produto. O valor maior para adquirir máquinas e implementos agrícolas e os preços elevados dos combustíveis também contribuíram para a alta do custo de produção dos grãos no Estado.
Em máquinas agrícolas foi reportado valorização de 50% de agosto do ano passado a este mês, enquanto no preço do óleo diesel e dos lubrificantes, foi visto aumento de 60% em um ano. Apesar dos valores maiores para aquisição dos insumos agrícolas, o volume aplicado nas lavouras tende a não recuar, já que os produtores compraram a maior parte do volume antecipadamente. O produtor capitalizado se organizou e adquiriu insumos no fim do ano passado e outra parte no início deste ano, quando a relação de troca (quantidade de determinada commodity necessária para comprar uma tonelada de adubo) era mais favorável. Para o volume que resta a ser adquirido, os produtores tendem a aproveitar oportunidades de preços e de momentos de boa relação de troca. A maior parte dos volumes a serem utilizados nas lavouras em 2021/2022 foi comprada com antecedência. Restam entre 10% e 20% de fertilizantes a serem adquiridos e de 40% a 50% de defensivos a serem comprados para uso no ciclo 2021/2022. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.