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24/Ago/2021

Fertilizantes: preço global elevado até final do ano

Segundo o Rabobank, os preços internacionais dos principais fertilizantes devem continuar em patamares elevados, próximos dos níveis atuais, pelo menos até o fim deste ano. As cotações dos adubos tendem a ser sustentadas principalmente pela demanda firme pelos insumos diante dos preços também elevados das commodities, diz o banco no relatório "Perspectivas para o mercado global de fertilizantes". Os preços em todo o complexo global de fertilizantes atingiram seus maiores níveis desde 2012, impulsionados principalmente pela elevada demanda, sustentada pelos preços em alta das commodities. No primeiro semestre deste ano os valores dos adubos foram puxados pela maior demanda pelos agricultores norte-americanos e pelas restrições no fornecimento de nitrogênio, fosfato e potássio por parte dos principais países produtores.

O banco lembra que as cotações dos futuros de soja, milho e trigo negociados na Bolsa de Chicago quase dobraram ou mais que dobraram entre 2020 e 2021. Isso levou os agricultores a aumentar as taxas de aplicação de adubos em busca de maiores rendimentos com maior potencial de receita. O Rabobank ressalta que prevê apenas quedas leves para os preços da soja e do milho negociados na Bolsa de Chicago e alta nos valores do trigo no primeiro trimestre do ano que vem. A perspectiva de preços firmes dos adubos vai testar a flexibilidade da demanda dos agricultores diante do custo elevado dos insumos. Para fosfato, em particular, espera-se que alguns agricultores em todo o mundo comprem o nível mínimo necessário para a próxima safra. Essa aquisição de volume minimamente necessário deve arrefecer a demanda pelo produto neste terceiro trimestre e resultar em queda momentânea de 10% a 15% nos valores no fosfato durante o segundo semestre deste ano.

O recuo, contudo, tende a ser de curta duração em virtude de fatores relacionados à oferta como provável queda das exportações chinesas do produto. A instituição financeira lembra que as cotações dos fosfatados atingiram seu maior nível desde 2011. No caso do potássio, os preços podem subir ainda mais até o primeiro trimestre do ano que vem frente a um balanço global apertado entre oferta e demanda mundial do insumo. A menos que a União Europeia adote uma postura mais branda em relação à Bielo-Rússia (um dos principais exportadores do produto) e os rumores dos Estados Unidos desapareçam. Tensões geopolíticas e a capacidade de exportação bielorrussa, diante das sanções impostas pela União Europeia (UE) às exportações da Bielo-Rússia, serão determinantes para o comportamento das cotações do potássio nos próximos seis meses.

Assim como nos fosfatados, as cotações atuais podem tornar o seu inviável para os agricultores, que pode afetar negativamente a demanda no quarto trimestre deste ano. Em relação aos nitrogenados, como a ureia, a maior disponibilidade do insumo pressionará os preços ao longo deste segundo semestre, mas as cotações continuarão acima dos níveis reportados no ano passado. O mercado do insumo dá sinais de excesso de oferta mesmo com restrições das exportações chinesas. Esse excedente é temporário e deve pressionar as cotações internacionais dos nitrogenados em até 15% até o quarto trimestre deste ano. Novas reduções nos preços da ureia devem ser limitadas pelo aumento da demanda no final do ano e pelos preços persistentemente elevados das commodities no mercado internacional. s cotações dos nitrogenados atingiram o maior patamar desde 2012. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.