17/Ago/2021
A AgroGalaxy, plataforma de varejo de insumos agrícolas e serviços para o setor agropecuário, ampliou o prejuízo líquido ajustado no segundo trimestre de 2021 para R$ 51,4 milhões, ante prejuízo líquido ajustado de R$ 21,4 milhões em igual período do ano passado. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, em contrapartida, atingiu R$ 2,5 milhões entre abril e junho, ante um Ebitda ajustado negativo de R$ 18,7 milhões há um ano. O segundo trimestre é o mais fraco do ano, pela sazonalidade da operação, e responde só por 7% da receita anual. É o momento em que a empresa já vendeu quase todos os insumos para o milho 2ª safra e ainda não começou a vender para a safra seguinte, que começa em julho.
Por outro lado, foi a primeira vez que o Ebitda foi positivo no segundo trimestre. Isso se deu tanto por melhora da margem bruta (relação entre lucro bruto e receita líquida) em insumos e grãos e diminuição de despesas no trimestre. A plataforma também registrou receita líquida de R$ 1,013 bilhão no segundo trimestre, alta de 25,3% ante intervalo correspondente de 2020. Do total, R$ 357 milhões foram referentes a vendas de insumos e R$ 656,1 milhões a grãos (intermediação da venda de grãos dados em troca de insumos ou armazenados em silos). Das vendas de insumos, R$ 163 milhões foram feitas por meios digitais, como whatsapp, assistente virtual e o aplicativo da AgroGalaxy, lançado em maio. Além disso, 19% das vendas foram feitas por lojas abertas há mais de dois anos, o que sinaliza crescimento com a estrutura existente, independentemente de aquisições.
A AgroGalaxy está crescendo porque as lojas antigas estão mais maduras e porque está abrindo lojas novas. As vendas por meios digitais contribuem para o aumento de 21% da receita obtida por vendedor no primeiro semestre. O planejamento das compras da safra e a orientação técnica continuam sendo feitas pelos vendedores, mas as confirmações de negócios e operações menores giram nos meios digitais. Sobra mais tempo para atender melhor os clientes e buscar mais share (participação no mercado). Foi reforçado o papel dos meios digitais como "ferramentas de produtividade". Nos últimos 12 meses, a receita de insumos por vendedor foi de R$ 7,9 milhões. No mesmo período do ano passado, era R$ 6,6 milhões e já foi em torno de R$ 5 milhões. Ainda existe um espaço para o crescimento.
A AgroGalaxy contabilizou de janeiro a junho prejuízo líquido ajustado de R$ 72,8 milhões, 50,6% maior do que o prejuízo líquido ajustado de R$ 48,3 milhões apurado de janeiro a junho do ano passado. Nos últimos doze meses, no entanto, a empresa alcançou lucro líquido ajustado de R$ 78,1 milhões, 81,6% superior aos R$ 43 milhões contabilizados no intervalo equivalente de 2020. É preciso considerar a sazonalidade do negócio. A plataforma começou a entrar pesado com vendas para a safra de agosto em diante, primeiro com fertilizantes, depois sementes e, por fim, químicos e especialidades de setembro até março, então o semestre mais forte é o segundo. A empresa tem em carteira R$ 1,918 bilhão em pedidos que ainda serão faturados, 50% acima de R$ 1,276 bilhão de um ano atrás.
Se considerar o que já foi faturado até agora, mais os pedidos em carteira, o valor está 45% acima de igual período do ano passado, o que mostra que será entregue um resultado excelente no ano. Cerca de 97% dos pedidos se convertem em faturamento. O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) nos seis primeiros meses de 2021 atingiu R$ 31,3 milhões, ante Ebitda ajustado negativo de R$ 9,6 milhões em igual período do ano passado. Nos últimos doze meses encerrados em junho, o Ebitda ajustado chegou a R$ 294,5 milhões, 67,1% acima do registrado um ano antes, e margem Ebitda ajustado de 6,2%, avanço de 1,4 ponto porcentual na comparação anual.
A receita líquida atingiu R$ 2,218 bilhões entre janeiro e junho de 2021, 37,2% acima do resultado do primeiro semestre do ano passado. Nos últimos doze meses, o mesmo indicador somou R$ 4,743 bilhões, 30,3% acima dos R$ 3,641 bilhões apurados um ano antes. Além do aumento de 31% das vendas de insumos no período, também contribuíram para o resultado o incremento de 23,2% em “same store sales” (lojas em operação há mais de dois anos), expansão do número de lojas e avanço de 28,6% da receita com grãos, influenciada também pela alta das commodities agrícolas. O primeiro semestre do ano é, historicamente, o período com menor receita, ao passo que mais de 50% do faturamento anual ocorreu no quarto trimestres nos últimos três exercícios sociais. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.