16/Ago/2021
O investimento em armazenagem vai crescer na safra 2021/2022. O setor produtivo está animado com os altos preços dos grãos e com o crédito 84% maior para construção de silos dentro do programa federal PCA. São R$ 4,12 bilhões. Só a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) pretende acessar 30% do bolo, ou R$ 1,236 bilhão, o triplo dos R$ 446 milhões do ciclo passado. Wellington Andrade, diretor executivo da entidade, estima que, com o PCA e mais R$ 800 milhões solicitados ao Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO), a capacidade de estocagem do Estado aumentará em 2 milhões de toneladas, para 40 milhões de toneladas. No Paraná, a Organização das Cooperativas do Estado (Ocepar) prevê R$ 900 milhões na atual safra (alta de 20%) em estruturas, para 1 milhão de toneladas, ante média de 500 mil a 600 mil toneladas por ano, segundo a Ocepar.
A concretização dos projetos dependerá do acesso aos recursos do PCA. No BNDES, um dos bancos que operam a linha, o dinheiro praticamente se esgotou. Hoje, as cooperativas paranaenses podem estocar ao redor de 16 milhões de toneladas, ou 54% de toda a capacidade do Estado. A maior parte dos investimentos será feita por cooperativas com agroindústria, que precisam armazenar grãos para alimentação animal o ano todo. A capacidade adicional de silos e armazéns em Mato Grosso pode ser maior, caso o Banco do Brasil e a Caixa estruturem linhas específicas para a campanha “Armazém para Todos”, da Aprosoja, a pedido da entidade. A entidade espera um retorno entre 30 e 60 dias. Mesmo com taxas de juros mais altas que as do PCA, a menor burocracia pode atrair produtores interessados em silo na fazenda.
No Rio Grande do Sul, muitas cooperativas de grãos também vão aumentar os aportes em silos e armazéns, segundo a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (FecoAgro-RS). Há entusiasmo para investir após uma safra com preços bons em 2020/2021. A FecoAgro-RS está levantando dados com suas associadas para mensurar o incremento na capacidade estática do Estado. O mercado de silos-bolsas - equipamento portátil para guardar grãos - também cresce, ainda que limitado pela menor produção de milho 2ª safra. A argentina Ipesa, líder do segmento no Brasil, espera vender no Brasil de 60 mil a 65 mil unidades no ciclo 2020/2021, que está sendo colhido, 20% mais do que no anterior. A expectativa inicial era crescer 30%, mas a quebra da 2ª safra de milho afetou as vendas, segundo Demian Baum, diretor da Ipesa no Brasil. Empresas do segmento devem comercializar 135 mil silos-bolsas até o fim da colheita, 10% a 20% acima da safra passada. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.