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05/Ago/2021

Defensivos: Real fraco pressiona mercado interno

Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), a desvalorização da moeda brasileira em relação ao dólar continuou comprometendo os resultados da indústria de defensivos agrícolas no segundo trimestre, quadro que vem sendo observado desde o ano passado, quando o mercado encolheu 10,4% em dólar, também em virtude do câmbio. O valor de mercado dos produtos aplicados recuou 2,8% de abril a junho, para US$ 1,380 bilhão, em comparação ao valor de US$ 1,419 bilhão apurado em igual período do ano passado. A depreciação do Real ante o dólar, verificada desde o ano passado, foi a principal causa da queda do valor de mercado na divisa norte-americana. Somente no 2º trimestre deste ano, a perda cambial foi de 14,5% (na comparação com igual período do ano passado), com o dólar médio de R$ 5,02 em junho de 2021.

Além disso, a indústria continua enfrentando forte alta nos preços de matérias-primas e embalagens, bem como aumento no custo logístico, tanto nacional quanto internacional. O frete marítimo segue em elevação e os fabricantes já sentem falta de determinadas matérias-primas. A tendência é de piora desse cenário, mas a indústria de defensivos vem trabalhando para evitar a escassez de ingredientes ativos. A valorização do dólar sobre o Real afeta diretamente o resultado das companhias em dólar, calculado desta forma já que as matérias-primas, que correspondem a cerca de 70% dos custos, são majoritariamente importadas. As empresas negociam os defensivos com clientes em Real, mas adquirem os insumos em dólar para atender à demanda, e em época diferente da entrega e do faturamento do pedido. Assim, o pagamento pelo produtor só ocorre meses depois, no faturamento da compra.

Quando o dólar se valoriza ao longo desse período, como vem ocorrendo, a receita das empresas na moeda norte-americana diminui. Em Real, o setor cresceu 13,6% no segundo trimestre de 2021, atingindo valor de mercado de R$ 7,309 bilhões, ante R$ 6,432 bilhões contabilizados de abril a junho de 2020. Do valor apurado no trimestre encerrado em junho, 38% referem-se a inseticidas, 28% a herbicidas, 24% a fungicidas, 3% a tratamento de sementes e 7% a outros produtos. Nos seis primeiros meses do ano, o valor de mercado da indústria de defensivos agrícolas, em dólar, diminuiu 7,9%, passando de US$ 5,763 bilhões apurados de janeiro a junho do ano passado para US$ 5,308 bilhões agora. A soja representou 31% do total e os inseticidas, 37%. Em moeda brasileira, houve alta de 13%, de R$ 25,188 bilhões no primeiro semestre de 2020 para R$ 28,462 bilhões no intervalo de janeiro a junho de 2021. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.