30/Jul/2021
A Kepler Weber, líder no mercado de equipamentos para armazenagem de grãos, obteve lucro líquido de R$ 11,8 milhões no segundo trimestre deste ano, queda de 22,4% ante os R$ 15,2 milhões apurados em igual período do ano passado. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 24 milhões, 224,3% mais do que um ano antes. A receita líquida da companhia foi a maior para um segundo trimestre, crescendo 158,2%, para R$ 242,7 milhões. A margem líquida atingiu 4,9%, queda de 11,3% na comparação anual. Em comunicado sobre os resultados, a empresa destacou a forte expansão da carteira de pedidos, o aumento dos volumes de vendas/produção, a taxa de câmbio favorável e o aumento dos preços internacionais das commodities agrícolas. O Plano Safra 2021/2022 trouxe boas perspectivas para a companhia, já que o volume de recursos da linha PCA aumentou 84,5%, chegando a R$ 4,12 bilhões, o maior valor desde o início do Plano Safra em 2013. No segundo trimestre, o mercado interno representou 89% da receita líquida, e o externo, 11%, contra 86% e 14%, respectivamente, um ano antes.
A receita líquida do segmento de armazenagem da Kepler Weber no segundo trimestre de 2021 cresceu 199,6% em relação a igual período do ano passado, para R$ 175,8 milhões. Segundo a empresa, o incremento reflete o forte crescimento da demanda por equipamentos de armazenagem e a conjuntura favorável do agronegócio. A Kepler informou que no fim do segundo trimestre foram realizadas vendas relevantes, para uma grande cooperativa agroindustrial brasileira e para uma cooperativa de café brasileira de grande porte, totalizando o montante de R$ 118,9 milhões. Essas vendas devem alavancar a receita no segundo semestre de 2021 e no primeiro semestre de 2022. A receita de exportações subiu 107% na mesma base de comparação, para R$ 27,7 milhões. O crescimento foi motivado pelo fluxo regular de exportações, somado ao repasse da inflação dos custos de matérias primas. O segmento de movimentação de granéis sólidos (MGS) teve receita líquida de R$ 2 milhões, redução de 36,1% ante o segundo trimestre de 2020.
A queda se deve à volatilidade nos volumes de faturamento, normal nesta área de negócio, onde as vendas são de grandes projetos que alternam períodos de alta e baixa concentração de faturamento. Já reposição e serviços (R&S) gerou R$ 37,2 milhões em receita líquida, aumento de 97,1% na comparação anual. O aumento é resultado da estratégia adotada para essa unidade de negócio, para trazer maior recorrência nas receitas da companhia. O aumento do poder aquisitivo de clientes do agronegócio, que no último ano se beneficiaram da valorização das commodities e da alta do dólar ante o Real, foi determinante para os resultados do segmento de armazenagem da Kepler Weber. O segmento de armazenagem continua sendo responsável por grande parte dos resultados. Conforme dados apresentados pela empresa, a receita com equipamentos de armazenagem aumentou 200% no segundo trimestre de 2021 em comparação a igual período de 2021, chegando a R$ 175,8 milhões. A área foi responsável por 72,5% da receita líquida da companhia no segundo trimestre, de R$ 242,7 milhões (alta de 158,2% ante o segundo trimestre de 2020).
No trimestre, foram feitas grandes vendas para uma empresa de etanol de milho e do setor portuário. Com uma grande cooperativa agroindustrial e outra cooperativa de café de grande porte, estão envolvidos R$ 87,7 milhões e R$ 31,2 milhões, respectivamente. O projeto com empresa do segmento portuário é de R$ 28,3 milhões e com a indústria de etanol de milho, de R$ 46 milhões. O faturamento de tais projetos virá a partir de julho e se estenderá até a entrega das obras. Em release de resultados, a empresa informou ainda que as vendas de projetos de armazenagem realizadas no fim do segundo trimestre contribuirão para alavancar o faturamento do segundo trimestre de 2021 e do primeiro semestre de 2022. A Kepler Weber aproveitou boas oportunidades para exportação, em virtude da maior competitividade brasileira com a depreciação do dólar ante o Real, principalmente com novos pedidos de clientes do Paraguai, Peru e Argentina.
A receita líquida das exportações da Kepler Weber no segundo trimestre atingiu R$ 27,7 milhões, 107% acima de igual intervalo do ano passado, o que representou 11,4% da receita líquida total da empresa no segundo trimestre deste ano. A Kepler Weber aumentou em 230% seus investimentos (Capex) no segundo trimestre de 2021, totalizando R$ 6,6 milhões, ante R$ 2 milhões registrados em igual período do ano passado. Do total, 86% ou R$ 5,7 milhões se destinaram à modernização e à expansão da capacidade produtiva. Outros R$ 500 mil (8% do total) foram aplicados no desenvolvimento de novos produtos; R$ 300 mil serviram para atendimento de normas reguladoras e reformas e R$ 100 mil, para tecnologia da informação (TI). Foram criados cinco centros de distribuição em pontos estratégicos do Brasil. No primeiro semestre do ano, os investimentos somaram R$ 18,6 milhões, 377,8% acima dos R$ 3,9 milhões contabilizados nos seis primeiros meses de 2020. Neste caso, 76% foram alocados em aplicação da capacidade fabril, 10% em TI, 7% em novos produtos e 7% no atendimento a normas.
O aumento de 84,5% do montante de recursos ofertado pelo governo federal no Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) para a safra 2021/2022, de R$ 2,23 bilhões no ciclo passado para R$ 4,12 bilhões no atual, traz boas perspectivas para o futuro. Mantido o market share, a empresa terá um mercado (como um todo) de armazenagem 85% maior e um efeito correspondente nas receitas. O impacto nos negócios será bastante positivo. Os resultados alcançados pela empresa no segundo trimestre foram acima das expectativas, apesar da pressão inflacionária sobre as matérias primas, especialmente o aço. A receita líquida da companhia foi a maior para um segundo trimestre, crescendo 158,2%, para R$ 242,7 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 24 milhões, 224,3% mais do que um ano antes. Mas, o lucro líquido recuou 22,4% ante os R$ 15,2 milhões apurados em igual período do ano passado, atingindo R$ 11,8 milhões.
Além de novos projetos, os contratos fechados no último trimestre, ainda na safra 2020/2021, devem ter efeito positivo nos próximos trimestres, à medida que a companhia começar a faturar com as vendas. Novos contratos no segundo trimestre somam mais de R$ 190 milhões. A empresa criou recentemente uma área de novos negócios, que deve contribuir para acelerar a oferta de serviços digitais. A plataforma Sync já contabiliza mais de 100 clientes com sistemas eletrônicos embarcados nos equipamentos (secadores, máquinas de limpeza e de armazenagem de grãos) e outra centena de projetos serão finalizados em breve. O desafio agora é gerar valor a clientes e obter receita com o pagamento pelo gerenciamento desses estoques. Com relação à Seletron, marca de equipamentos para seleção de grãos adquirida pela Kepler em novembro do ano passado, a companhia está trabalhando para trazer as máquinas para o Brasil a custos competitivos, selecionando parcerias estratégicas e que já conta com força de vendas trabalhando com clientes em diversos Estados do Brasil e para diversas culturas.
A Kepler Weber vem adotando medidas para enfrentar o aumento dos seus custos de produção, em especial do aço, sua principal matéria prima, e hoje tem margens de lucro dentro da média histórica da empresa. O trabalho é para começar a ver uma melhora da margem no terceiro trimestre. Dependendo do prazo das entregas, será possível capturar boa parte da recuperação de preços neste ano, pois os projetos fechados no período terão seu faturamento contabilizado ao longo dos próximos meses. A indústria ainda lida com problemas de fornecimento pela cadeia de suprimentos. A tabela de preços da companhia está alinhada com o valor dos insumos utilizados no processo produtivo. No segundo trimestre, o custo dos produtos vendidos (CPV), de R$ 198,5 milhões, foi 170% maior do que em igual período do ano passado, representando 81,8% da receita líquida.
No semestre, o CPV chegou a R$ 383,6 milhões, alta de 123,8% na comparação anual. Na composição do CPV, os gastos com materiais representaram 71% do total no segundo trimestre, bem acima dos 50% de um ano atrás. Os sucessivos aumentos na principal matéria prima, o aço, incorridos desde o segundo semestre de 2020, foram parcialmente neutralizados pelo ganho de escala dado ao elevado nível de atividade e pela melhoria interna de processos, que se refletiu em maior produtividade. A perspectiva da companhia é de que a volatilidade dos preços de insumos metálicos diminua, mas não dá para dizer que não haverá novos aumentos (do custo) no segundo semestre. Altas dos custos dos metais podem ocorrer no segundo semestre, porém devem ser menores do que as anteriores. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.