28/Jul/2021

A região norte de Santa Catarina ganhará um novo porto. Será em Itapoá, próximo, inclusive, do porto privado já existente, que está entre os maiores terminais de contêineres do País. De propriedade da Coamo, maior cooperativa agroindustrial da América Latina, o novo porto já tem terrenos comprados há pelo menos seis anos e agora está na fase de estudos ambientais. Essas análises são para medir o impacto ambiental e estabelecer medidas compensatórias. É feito todo um trabalho de estudo da fauna e da flora tanto terrestre quanto aquática, com retirada de amostras nas quatro estações do ano, para mensurar o quanto de impacto ao meio ambiente o empreendimento poderá trazer. Já foram obtidas as licenças para fazer os estudos de impacto ambiental para, depois, buscar as licenças e alvará de construção. A Coamo mantém diálogo com a Prefeitura de Itapoá a fim de adequar o empreendimento ao plano diretor do município. O novo porto será de graneis (grãos/farelo); óleo bruto de soja e importação de matéria-prima para fertilizantes por meio de parceiros.

Irá usar o mesmo canal da Baía de Babitonga para tráfego de navios. Inclusive já tem validação da Capitania dos Portos (Marinha). Além de ser estratégico do ponto de vista logístico, a escolha de Itapoá se deu pela área de calado (altura da parte do casco do navio que fica submersa). Essa medida é um limite que garante a segurança da navegação e permite que navios de maior porte possam atracar no terminal. Sobre a possibilidade de concorrência com o Porto de São Francisco do Sul, que também trabalha com grãos, é preciso pensar na agricultura como um todo, que vem crescendo nos últimos anos e a produção evoluindo. Ou seja, com ajuda da tecnologia e novos métodos, é possível produzir mais na mesma área. Isto quer dizer que nos próximos anos a demanda vai crescer muito, necessitando de novos terminais portuários e ampliação da logística para despachar a mercadoria. Não é possível, neste momento, estimar a quantidade de movimentação de carga. Mas, as rotas de exportação devem ficar entre Ásia e Europa.

Toda movimentação econômica traz riquezas para o município, Estado e País. Gera emprego, necessidade de prestação de serviço, recolhimento de impostos, desenvolve toda uma cadeia. São Francisco do Sul é um exemplo claro disso. Neste momento, entretanto, ainda não é possível estimar a quantidade de empregos diretos e indiretos do novo Porto de Itapoá, porque vai depender do modelo. Num primeiro momento, o novo terminal de Itapoá poderá operar apenas com exportação de grãos e, com o tempo, ir agregando operações, como líquidos (óleo de soja bruto) e importação de fertilizantes. Pensando só em grãos, por exemplo, cerca de 80 empregos devem ser gerados. O investimento aproximado do novo porto fica em torno de R$ 800 milhões, mas, novamente, o valor pode mudar de acordo com o modelo de operações. O novo porto deve entrar em operação em cinco anos. Pelo menos, esta é a expectativa da Coamo, que hoje está presente com cinco unidades no oeste de Santa Catarina e exporta óleo bruto de soja via Porto de Paranaguá (PR) e Porto de São Francisco do Sul (SC). Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.