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16/Jul/2021

John Deere e Ericsson: parceria para soluções 5G

A Ericsson, fabricante de hardwares, softwares e infraestrutura de rede, e a John Deere, de máquinas agrícolas e de construção, firmaram acordo de cooperação para pesquisa e desenvolvimento de soluções e tecnologias 5G para o agronegócio. A expectativa das empresas é desenvolver em conjunto soluções focadas na quinta geração de conectividade móvel e na Internet das Coisas (IOT). A parceria se dará em três etapas. A primeira será a integração dos centros de pesquisa e desenvolvimento e inovação (P&D&I) das empresas para colaboração e construção de soluções voltadas especificamente ao setor, baseadas em IOT Mobile, Narrow Band IOT, Cat-M1. Na segunda fase, os testes pilotos e provas de conceito serão desenvolvidas e aplicadas no Centro de Agricultura de Precisão e Inovação (CAPI) da John Deere, em Campinas (SP).

Por fim, está prevista a aplicação das soluções desenvolvidas conjuntamente nas máquinas e equipamentos agrícolas da John Deere com testes em propriedades rurais. Está sendo estruturada uma parceria com um produtor cliente e a fazenda será conectada já na próxima safra (2021/2022), com essas soluções. A ideia não é apenas conectar, mas entender os benefícios desbloqueados com essas tecnologias para o gerenciamento das máquinas e da produção em tempo real. A Ericsson observa que o projeto é focado no 5G em virtude da baixa latência e da maior velocidade da rede na comparação com as anteriores, 3G e 4G. A Ericsson quer agregar com a tecnologia que falta para a conectividade acontecer. Para que, com o 5G, o produtor possa explorar ao máximo os recursos e tecnologias das colheitadeiras e pulverizadores com redução de custos e ganhos de produtividade.

O objetivo é buscar aplicações mais complexas das soluções que explorem as informações e recursos dos sensores e recursos embarcados nas máquinas, levem para a nuvem de armazenamento e processem as imagens e informações em tempo real. O aporte destinado ao projeto não é revelado pelas empresas. Mas, trata-se de recursos próprios de P&D&I das companhias. A Ericsson planeja investir R$ 1 bilhão até 2025, de um período iniciado em 2020 em pesquisa, desenvolvimento e fabricação de 5G no Brasil. Como parte desse montante, em março, a empresa inaugurou em São José dos Campos (SP) a sua primeira linha de produção de 5G da América Latina. Já a John Deere investe globalmente US$ 4 milhões por dia em pesquisa e desenvolvimento. A parceria com a Ericsson vem para somar no ecossistema de transformação digital em que a fabricante de máquinas está inserida.

Em fevereiro deste ano, a John Deere já havia firmado parceria com a Claro para levar conectividade a 15 milhões de hectares de lavouras até o fim do ano. A John Deere possui a tecnologia embarcada dos equipamentos agrícolas e a rede de concessionárias, a Claro, a operação da rede e antenas, e a Ericsson entra com a conectividade do hardware e com a infraestrutura da rede para fazer a conexão da operadora (a tecnologia faltante no ecossistema). O objetivo da empresa com essas parcerias privadas é democratizar o acesso à tecnologia e melhorar a conexão do usuário final, que é o agricultor. Não adianta a tecnologia ficar restrita à máquina e o produtor não ter como usar. Hoje, os equipamentos da fabricante já têm tecnologias para oferecer o agro 4.0, mas falta estrutura para coleta e análise de dados em tempo real, o que permitiria, por exemplo, a autonomia das máquinas nas lavouras. Máquina autônoma ainda não está viável no campo porque precisa de alta conectividade.

Com o 5G haverá capacidade de processamento em tempo real das imagens do campo na nuvem para tomada de decisão também em tempo real. A John Deere estima que 90% de suas máquinas de grande porte e 20% dos tratores de baixa potência saem de fábrica conectados. Desde 2015, as máquinas e equipamentos da empresa possuem modems acoplados, o que representa em torno de 40 mil equipamentos conectados inseridos no mercado brasileiro. O acordo entre as empresas estabelece também o desenvolvimento de um projeto de indústria 4.0 em uma das plantas da John Deere no Brasil. A proposta prevê automatização e robotização de processos para ganhos de eficiência. A unidade que receberá o projeto ainda está sendo escolhida, mas o programa deve entrar em operação ainda neste ano. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.