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16/Jul/2021

Importações de insumos e equipamentos crescem

Segundo os dados do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o avanço nas importações de insumos e equipamentos pela agropecuária e pela indústria de transformação em junho sinaliza perspectivas de crescimento nessas atividades nos próximos meses. A indústria de transformação aumentou em 46,9% o volume importado de bens intermediários em junho deste ano ante junho de 2020. A atividade industrial também importou 47,2% mais bens de capital em junho de 2021 ante junho de 2020. Se excluída a influência das plataformas de petróleo, ainda houve crescimento de 46,7% nas importações de máquinas e equipamentos pela indústria, o que indica investimentos no setor. Na agropecuária, o volume de bens intermediários importados cresceu 22,9% em junho deste ano ante junho do ano passado.

A importação de máquinas e equipamentos para o setor avançou 61,4% no período. Os ganhos de receitas nas exportações e previsões de uma demanda mundial em recuperação sugerem que o setor está se preparando para as novas safras que irão ser cultivadas para as vendas de 2022. Na indústria, aumento de 46,9% nas compras de bens intermediários e de 47,2% das máquinas sugere um sinal positivo em termos do nível de atividade do setor. A importação de bens de consumo duráveis no País avançou 191,5%; a de bens de consumo não duráveis aumentou 46,4%; e a de bens de consumo semiduráveis subiu 5,3%. As elevadas taxas de variação no volume importado dos bens duráveis na indústria de transformação e similares ao das exportações é um indicativo do comércio intra-indústria do setor automotivo.

O setor automotivo impulsionou o aumento na exportação de bens duráveis em junho. O mercado argentino absorveu 41% das exportações brasileiras de automóveis para passageiros no mês. O volume de exportações de bens de consumo duráveis teve um salto de 191,4% em junho deste ano ante junho de 2020, enquanto o de bens de capital aumentou 39,7%. As exportações de bens de consumo semiduráveis cresceram 54,0%, e as de bens intermediários avançaram 8,0%, enquanto as de bens não duráveis subiram 3,2%. Em junho, a balança comercial brasileira teve um superávit de US$ 10,4 bilhões. O volume exportado cresceu 9,8% em relação a junho de 2020, enquanto o volume importado aumentou 42,6%. No acumulado de janeiro a junho de 2021, o superávit comercial foi de US$ 36,7 bilhões. O volume exportado aumentou 6,6%, e o importado cresceu 20,7%.

A China é o principal responsável pelo saldo positivo da balança comercial brasileira em 2021. O comércio com os chineses de janeiro a junho resultou num superávit de US$ 25,2 bilhões para o Brasil. O comércio com os Estados Unidos de janeiro a junho levou a um déficit de US$ 3,1 bilhões para o Brasil. O Brasil também registrou déficits expressivos no comércio com a Alemanha (US$ 3,07 bilhões), Rússia (US$ 1,48 bilhões) e Índia (US$ 1,12 bilhões). Os bons resultados da balança comercial em 2021 reforçam tendências que passaram a ser estruturais no comércio brasileiro: a crescente dependência da China e das commodities. Para elevar a participação de outros países é necessário que o Brasil ofereça, em bases competitivas, um leque maior de produtos no comércio mundial. Ressalta-se ainda que o aumento da participação da China é explicado mais pelos preços do que aumento do volume exportado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.