ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

09/Jul/2021

Bioinsumos: Brasil deverá ser destaque mundial

Utilizar produtos biológicos para combater pragas e doenças que ameaçam as plantações é uma tendência na produção agrícola. O consumo de bioinsumos pelos produtores cresce em todo o mundo e o Brasil não ficou para trás. Enquanto o incremento mundial está na ordem de 15% ao ano, no Brasil as taxas são quase o dobro: 28%, movimentando mais de R$ 1 bilhão, segundo estimativa de pesquisa de mercado realizada pela empresa Spark Smarter Decisions. É neste cenário que, em 2020, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) registrou 95 defensivos de baixo risco, entre produtos biológicos, microbianos, semioquímicos, bioquímicos, extratos vegetais, reguladores de crescimento. Em relação ao ano anterior, o aumento é de 121% no número de registros.

O Brasil ainda não é protagonista no uso de bioinsumos no mundo, mas, com esse ritmo de crescimento em comparação ao mundo, a tendência é que alcancemos as primeiras posições num futuro próximo. Se a expectativa de crescimento se confirmar, até a safra de 2022, metade da área planta de soja no país terá recebido, ao menos, uma aplicação de bioinsumos. Para atender à crescente demanda por profissionais capacitados em boas práticas de produção de bioinsumos no País, o Mapa lançou, nesta quinta-feira (08/o7), o primeiro curso sobre produção e controle de qualidade de bioinsumos. Criado há pouco mais de um ano, o Programa Bioinsumos, no entanto, caracteriza essa tecnologia para muito além dos produtos aplicados na lavoura.

O termo bioinsumos define ainda os processos e tecnologias - de origem vegetal, animal ou microbiana, destinados ao uso nos diversos sistemas de produção agrícolas, pecuários, aquícolas e florestais. Além de estar presente também no armazenamento e beneficiamento dos alimentos. Um exemplo é a utilização de cera de carnaúba em uma nanoemulsão para frutas e legumes, criando uma barreira contra perda de umidade, troca de gases e ação microbiana. O resultado é o aumento de cerca de 15 dias no tempo de prateleira dos produtos, evitando perdas e desperdícios de alimentos. A tecnologia foi desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Na agropecuária, os bioinsumos podem ser encontrados em produtos veterinários como vacinas, medicamentos, antissépticos, fitoterápicos dentre outros destinados à prevenção, ao diagnóstico, à cura ou ao tratamento das doenças dos animais. Os bioinsumos permitem atuar diretamente na causa do problema e não apenas como paliativo. Na natureza, há uma sinergia entre a biologia e a química do solo para criar processos de ecossistemas saudáveis. O interesse e o número de ferramentas para implementar as boas práticas estão em constante aceleração. Isso demonstra credibilidade no Programa Nacional de Bioinsumos como estratégia do governo em institucionalizar a tecnologia e estimular o uso de bioinsumos.

Tanto que o Plano Safra 2021/2022 fortaleceu linhas de crédito para Inovagro, abrangendo o financiamento para a construção de biofábricas. Assim, os produtores poderão financiar recursos para a aquisição e construção de instalações para a implantação ou ampliação de unidades de produção de bioinsumos e biofertilizantes na propriedade rural, para uso próprio. O projeto nacional de bioinsumos do Mapa também já se desdobrou em incentivo à criação de programas estaduais. O primeiro deles, foi aprovado em Goiás, onde está localizada a fazenda do Adriano.

Os estados de Mato Grosso e o Distrito Federal também começaram a desenvolver seus programas. Os dados e a replicação de iniciativas para a utilização de bioinsumos na produção nacional devem ser comemorados e traduzem um movimento de revolução na forma de se produzir os alimentos. Investir nos bioinsumos e pensar estrategicamente na agricultura de base biológica é a resposta que o nosso país dá ao mundo para continuar confirmando que nosso agro é sustentável e inovador. Fonte: Ministério da Agricultura. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.