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30/Jun/2021

Agfintechs ligam o campo ao mercado financeiro

Startups com soluções financeiras digitais para o agronegócio vêm ganhando terreno. E isso tem explicação: as chamadas ‘agfintechs’ se beneficiam de fatores como evolução tecnológica no campo; digitalização acelerada pela pandemia; juros baixos, que empurram o investidor para ativos de maior risco, como Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs); e modernização da legislação, como a “Lei do Agro”, que possibilitou a emissão de Cédulas de Produto Rural (CPRs) digitais. No ano passado, foram identificadas no Brasil 1.574 startups com soluções de base tecnológica para o agronegócio. Dessas, 12,6% atuam antes da fazenda e, nesse universo, 21,1% têm soluções de crédito, permuta, seguro, créditos de carbono e análise fiduciária.

Outro mapeamento, recém-divulgado pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups), identificou 299 agtechs ativas, sendo 10,2% com foco em soluções antes da porteira - a maior parte (43,8%) oferece serviços financeiros. São negócios que vêm atraindo cada vez mais fundos de capital de risco. Para a SP Ventures, gestora especializada no agronegócio, crédito é a aposta mais forte para as agfintechs, mas não a única. Há oportunidades em áreas como pagamentos e seguros, que começam a ser exploradas por startups. Em 2021, ficarão nítidas as mudanças no mercado. Segundo a Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), o avanço do ecossistema de startups no País também tem sido um propulsor importante para as agfintechs. Houve um período de maturação de negócios anteriores, mas existem muitas agfintechs novas, que vêm com perfil mais maduro de empreendedor.

Pioneira na emissão de CPR eletrônica, a startup sempre teve como foco a ‘desmaterialização’ dos recebíveis. Em fevereiro do ano passado, lançou um sistema de emissão, assinatura digital e registro de títulos eletrônicos. Em 2020, a plataforma movimentou mais de R$ 3 bilhões. Este ano, já está perto de R$ 2 bilhões e foi quadruplicada a base de clientes recorrentes. A TerraMagna, criada em 2017, usa monitoramento via satélite, fontes de dados alternativas e análise por inteligência artificial para conectar o campo ao mercado de capitais. Levando em conta as estruturas de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), a startup já tem mais de R$ 400 milhões em crédito viabilizado para o campo por meio de insumos. O maior avanço, porém, deve ocorrer no segundo semestre, com o início da safra de verão de grãos.

No início deste mês, a agfintech fechou uma parceria com a FMC, de defensivos agrícolas. Pelo acordo, as empresas vão disponibilizar até R$ 100 milhões em uma linha de financiamento para produtores rurais com foco em aquisição de insumos. Em 2021, a startup prevê R$ 500 milhões em antecipação de recebíveis, quase dez vezes mais que o montante registrado em 2020. Fundada em 2015, a Agronow nasceu como um sistema de monitoramento de lavouras e vem se posicionando mais recentemente como agfintech. Tem hoje três esteiras de crédito em desenvolvimento para bancos de médio e pequeno porte. No novo sistema, o objetivo é rodar algo como R$ 1,8 bilhão em 2022, incluindo culturas de milho e soja. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.