24/Jun/2021
Segundo a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), os preços dos combustíveis estão sendo vendidos abaixo da paridade internacional. Isso estaria impedindo as empresas associadas a trazer gasolina e diesel para o Brasil e concorrer com a Petrobras no mercado interno. A defasagem média do diesel é de 6% e a da gasolina, de 8%. A valorização nas cotações internacionais mantém pressão nos preços de derivados e eleva as defasagens. Com isso, operações de importação seguem inviabilizadas. A Petrobras, reiteradamente, nega que esteja vendendo derivados de petróleo a preço inferior ao do mercado internacional. A empresa argumenta que não pretende repassar ao consumidor volatilidades momentâneas do mercado internacional.
Essa política da atual gestão da companhia coincide com a adotada no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No longo prazo, os preços se mantêm alinhados aos de paridade. A diferença, porém, é que, agora, os preços estão caindo no Brasil enquanto sobem no exterior. A valorização do câmbio estaria ajudando a empresa a compensar, ao menos em parte, a alta da commodity. No governo de Dilma Rousseff (PT), os combustíveis foram mantidos abaixo dos praticados no exterior. Desde então, a partir de Michel Temer (MDB) eram reajustados em curto espaço de tempo, às vezes, em menos de uma semana. As oscilações constantes derrubaram os presidentes da estatal Pedro Parente e Roberto Castello Branco.
As volatilidades deixaram de ser repassadas internamente após a posse de Silva e Luna. O último reajuste do diesel aconteceu no dia 1º de maio e o da gasolina, em 12 de junho. Nos dois casos, no entanto, a Petrobras optou por reduzir os preços em 2%, num momento em que a cotação do petróleo atinge patamares equivalentes ao do período pré-pandemia, na casa dos US$ 70,00 por barril. Essa retração contraria os importadores, que enxergam nela uma intervenção política na empresa, já que o presidente da República, Jair Bolsonaro, por diversas vezes demonstrou a intenção de baixar os preços dos combustíveis e, em eventos públicos, disse que conversaria com o novo presidente sobre isso. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.