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22/Jun/2021

Fertilizantes: preços sustentados até 2º semestre

Segundo o Rabobank, os preços dos fertilizantes devem permanecer sustentados pelo menos até agosto. A partir de agosto, as cotações dos adubos tendem a ser pressionados por um recuo sazonal da demanda. No ano, as cotações dos adubos subiram entre 70% e 95% em dólar, considerando o fosfato monoamônico (Map), a ureia e o cloreto de potássio (KCl). Nas últimas semanas, os preços dos fertilizantes voltaram a disparar tanto no mercado interno quanto no internacional. As últimas altas têm sido motivadas por incertezas relacionadas à oferta, mas também continuam muito influenciadas pela manutenção dos preços das commodities em patamares elevados.

Entre os fatores que vêm influenciando nos preços, é possível citar as incertezas políticas e comerciais envolvendo a Bielorrússia (um dos principais exportadores de KCl), as dúvidas de quanto a China irá fornecer de ureia à Índia e o reajuste no mercado de fosfatado após os Estados Unidos imporem barreiras tarifárias para empresas do Marrocos e da Rússia. A alta volatilidade de preços observada neste ano deve limitar a formação de grandes estoques pelas empresas para a demanda de última hora. Assim, para evitar problemas com abastecimento, é importante que o produtor não adie muito as compras e garanta o mínimo necessário para a safra quanto antes.

O Rabobank também revisou de 4% para 5% sua projeção de crescimento da demanda por fertilizantes no País neste ano, de 40,6 milhões de toneladas para 42,7 milhões de toneladas. O ajuste deve-se à perspectiva de aumento da área plantada, do poder de compra dos agricultores favorável e das expectativas de aumento das margens para as culturas de soja, milho e algodão para a safra 2020/2021 e para a temporada 2021/2022. Essa demanda poderia ser ainda maior, não fosse as recentes altas de preços dos fertilizantes no mercado internacional e a expectativa de preços ainda mais altos nas próximas semanas.

Apesar dos patamares elevados dos adubos, a relação de troca (quantidade necessária de determinada commodity para compra de uma tonelada de adubo) continua favorável ao produtor. Isso porque a valorização das commodities tem compensado os aumentos do insumo. As relações de troca entre soja, milho, café e algodão e adubos estão próximas ou abaixo dos patamares do último ano e da média de cinco anos. Ou seja, o poder de compra dos produtores em relação aos fertilizantes está igual ou melhor que a média dos últimos 5 anos. Olhando para a soja e milho, a relação de troca atingiu níveis recordes nos últimos 12 meses, em favor dos agricultores, alavancando a demanda dos insumos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.