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30/Abr/2021

Armazenagem: Kepler Weber amplia investimentos

Os investimentos (Capex) feitos pela Kepler Weber no primeiro trimestre deste ano atingiram R$ 12 milhões, ante R$ 1,9 milhão de janeiro a março de 2020, segundo dados apresentados pelo diretor Financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Paulo Geraldo Polezi, em teleconferência sobre os resultados do primeiro trimestre de 2021. Do montante, 71% ou R$ 8,5 milhões foram destinados à modernização e expansão da capacidade fabril, 10% (R$ 1,2 milhão) para atendimento a normas regulatórias e reformas, 6% (R$ 800 mil) ao desenvolvimento de novos produtos e 13% (R$ 1,5 milhão) a Tecnologia da Informação (TI). Há um ano, os investimentos em capacidade fabril representaram somente R$ 30% de R$ 1,9 milhão, ou cerca de R$ 570 mil; 47% tinham sido aplicados em ações para atender legislações e reformas, 16% a novos produtos e 7% a TI. Os maiores investimentos nos três primeiros meses de 2021 buscam atender à maior demanda, explicou o diretor presidente da Kepler, Piero Abbondi.

De acordo com o executivo, a companhia também aprovou aumento da capacidade e produtividade das unidades de Panambi (RS) e Campo Grande (MS) da ordem de R$ 22 milhões. "Temos feito investimentos pontuais para acompanhar esse crescimento da demanda, como o que está sendo concretizado neste primeiro trimestre, em equipamentos para unidade de Campo Grande, de R$ 12 milhões", informou Abbondi. O executivo disse a analistas, além disso, que o plano de investimentos para 2021 será finalizado tendo em vista contemplar e atender à maior demanda. Abbondi e Polezi comentaram que há dificuldade da cadeia de suprimentos da companhia em entregar peças e matérias-primas dentro do prazo. "Apesar de todas as dificuldades, temos conseguido atender nossos clientes sem nenhum atraso na entrega de obras", afirmou Abbondi. Para lidar com a situação, a empresa tem buscado fechar pedidos com antecipação de 90 dias com seus fornecedores, garantindo alguns preços, conforme Polezi.

Disse, além disso, que a Kepler tem atuado com inteligência de mercado, acompanhando as altas das cotações do aço no mercado internacional e se antecipando a movimentos de repasse por parte de seus fornecedores. "Também estamos diversificando fontes, buscando fornecedores alternativos, entre outras medidas para passar por esta fase complexa", informou Polezi. O executivo creditou a estas medidas e outras adotadas para uma "gestão eficaz dos preços", assim como ao bom desempenho das vendas, o aumento de 88,1% de seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no primeiro trimestre, que atingiu R$ 32,9 milhões. "Atingimos isso apesar da forte pressão inflacionária por sucessivos aumentos do aço laminado desde março de 2020, por meio da estratégia bem executada de gestão de preços", disse Polezi. O volume financeiro mensal médio com as ações da Kepler Weber (KEPL3) negociadas na B3 aumentou mais de 200% entre março de 2020 e março de 2021. Saiu de R$ 3,4 milhões para R$ 10,2 milhões.

As ações da empresa também passaram por valorização no primeiro trimestre deste ano, de 14%, ao contrário do Ibovespa, que caiu 2% no período. A Kepler Weber obteve lucro líquido de R$ 17,2 milhões no primeiro trimestre de 2021, 97,7% acima dos R$ 8,7 milhões apurados em igual período do ano passado. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 32,9 milhões, 88% mais do que um ano antes. A receita líquida da companhia cresceu 85,3% na mesma comparação, para R$ 236,2 milhões. A margem líquida atingiu 7,3%, aumento de 0,4% na comparação anual. Os resultados positivos foram impulsionados pelas condições favoráveis das commodities agrícolas, que estão em trajetória de valorização. O câmbio contribuiu elevando a remuneração em real de produtores brasileiros, estimulando investimentos em armazenagem, e aumentando a competitividade da companhia no mercado internacional, conforme o diretor presidente da empresa, Piero Abbondi.

Abbondi afirmou que mantém expectativa de mais um ano de crescimento em 2021. "Também esperamos margens (de lucro) saudáveis em 2021, porém, podem apresentar alguma volatilidade por conta dos insumos metálicos (o aço subiu acentuadamente desde o ano passado) e da instabilidade da cadeia de fornecimentos", acrescentou. O diretor presidente da empresa disse acreditar que o PCA, programa do governo federal de estímulo aos investimentos em silos e armazéns e que oferece linhas de crédito com taxas controladas, terá um bom nível de recursos na safra 2021/2022, ainda que insuficiente para acompanhar o crescimento da produção e o déficit de armazenagem no País. Na safra 2020/2021, o governo disponibilizou R$ 2,23 bilhões para o programa, 23% a mais do que em 2019/2020. A empresa tem buscado ampliar as fontes de financiamento privado para seus clientes. "Este é um vetor de crescimento de vendas", comentou Abbondi.

Para continuar expandindo suas operações, a Kepler Weber prevê tanto crescimento orgânico, expandindo sua própria operação, como inorgânico, com compra de outras empresas, disse o diretor presidente da empresa, Piero Abbondi. "Buscamos possíveis aquisições para acelerar este crescimento. O foco é em (soluções e produtos de) valor agregado e digitalização, que gerem receitas recorrentes", disse o executivo. Para tanto, a empresa deve recorrer a seu caixa, que no primeiro trimestre atingiu R$ 236 milhões (líquido), e a dívidas, detalhou Polezi. "Temos caixa para crescimento orgânico ou inorgânico. Queremos manter uma posição de caixa e de liquidez e podemos entrar em dívidas para financiar esse crescimento". Abbondi explicou que, na plataforma Sync, de soluções digitais da empresa, a companhia está fazendo investimentos em novos sensores que ampliarão a capacidade de fornecer serviços a clientes.

"Estamos investindo também em um centro de operações que, a partir da plataforma Sync, gere dados e dê suporte ao pós-vendas para a operação dos nossos clientes", comentou o executivo. Sobre a Seletron, marca de equipamentos para seleção de grãos adquirida pela Kepler em novembro do ano passado, Abbondi informou que a fábrica de Panambi (RS) ainda está em processo de adaptação para incorporar o novo portfólio, que algumas vendas de equipamentos já foram concretizadas e novos negócios estão em andamento. "Nas próximas semanas realizaremos a total integração destes equipamentos (na unidade de Panambi). Ao longo do ano teremos importante posicionamento da empresa em equipamentos de maior valor agregado", afirmou. Polezi informou que a empresa não tem programado novo programa de recompra de ações, após ter comunicado em 12 de abril o encerramento de se seu último programa, por meio do qual adquiriu 20 mil ações ordinárias para suportar um plano de remuneração variável de executivos. Fonte: Agência Estado.