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19/Abr/2021

Máquinas Agrícolas: vendas seguem bem aquecidas

O mercado de máquinas agrícolas está super aquecido neste início de ano, apesar da escassez, desde novembro, de recursos de linhas de crédito do BNDES com taxas controladas. O presidente da AGCO América do Sul, Luís Felli, calcula que até março o setor tenha vendido 20% mais tratores e 70% mais colheitadeiras. Já o diretor de Marketing da John Deere para América Latina, Cristiano Correia, fala em aumento de 35% a 40% nos negócios de toda a indústria, acima da projeção do diretor de Mercado Brasil da New Holland Agriculture, Eduardo Kerbauy, de 10%. Na Câmara de Máquinas Agrícolas da Abimaq, as vendas das associadas cresceram 55% no primeiro bimestre, ante igual intervalo de 2020. A colheita recorde de grãos na safra 2020/2021, o otimismo com 2021/2022 e a boa remuneração de produtores mantêm o ritmo das negociações "aceleradíssimo", diz Correia.

"O agricultor sabe que aumento de produtividade e redução de custo vêm de novas tecnologias", afirma. Sem as linhas com taxas controladas do BNDES, produtores recorreram ao crédito com juros de mercado. O montante liberado no programa BNDES Crédito Rural, que opera com taxas não equalizadas, subiu 125% entre dezembro e abril, saindo de R$ 1,101 bilhão para R$ 2,476 bilhões. Crédito direto ao consumidor de bancos de montadoras e privados, linhas em dólar ou euro e recursos próprios foram outras alternativas. No aguardo do Plano Safra 2021/2022, o setor acredita que o Moderfrota, linha para máquinas com taxas controladas, poderá ter mais do que os R$ 8 bilhões de 2020/2021. Para Pedro Estevão Bastos, da Abimaq, o ideal seriam R$ 20 bilhões, metade do mercado, de R$ 45 bilhões.

Felli, da AGCO, crê em aumento porque o agro é "o único" setor que hoje investe "massivamente". Se o governo mantiver o montante, os executivos são taxativos: os recursos acabarão mais cedo do que em 2020. Todos chamam a atenção para o desafio de continuar produzindo em ritmo acelerado, com atraso na entrega de peças e esquema de trabalho nas fábricas adaptado à realidade da pandemia, com distanciamento social. Isso faz com que o prazo médio de entrega de máquinas suba. Houve, ainda, aumento dos custos com aço, plástico, mão de obra e câmbio, parcialmente repassado a produtores e absorvido pelas empresas. O marketplace MF Rural vem se beneficiando desse cenário. Roberto Fabrizzi Lucas, CEO do grupo, observou um aumento de quase 60% no número de vendas de máquinas agrícolas usadas no primeiro trimestre. Não só pequenos e médios produtores têm buscado os produtos, mas também os grandes. "Quem precisa comprar com urgência está vindo atrás do usado", explica. Fonte: Agência Estado.