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01/Abr/2021

Aço: mercado aquecido deve ter novos reajustes

Diante dos reajustes no exterior, o aumento de custo de matérias-primas, o câmbio depreciado e a demanda aquecida no Brasil, as siderúrgicas devem seguir aumentado o preço do aço nos próximos meses, na avaliação de pessoas ligadas ao setor. Duas grandes empresas, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Gerdau, já anunciaram aumentos de 10% para abril. Há expectativa que Usiminas e ArcelorMittal sigam na mesma direção. Todas elas já aumentaram os preços mais de uma vez no primeiro trimestre de 2021. Os preços só vão se acomodar se a demanda e a oferta se equilibrarem dentro e fora do Brasil, o que parece improvável em um curto espaço de tempo.

O Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda) explica que o preço no exterior está aumentando muito e afirma que existe espaço para mais reajustes por aqui. Na China, o aço passou de US$ 550,00 por tonelada para US$ 750,00 por tonelada. O frete, que estava em US$ 40,00 por tonelada passou para US$ 75,00 por tonelada em um curto espaço de tempo. Os preços nos Estados Unidos também subiram de US$ 525,00 por tonelada em agosto para US$ 1.440,00 por tonelada atualmente. Somente se a Usiminas e a ArcelorMittal não aumentaram os preços agora em abril, a CSN deixará de anunciar novos reajustes nos próximos meses.

Nos contratos anuais, as siderúrgicas estão negociando neste momento preços até 60% mais altos. As negociações com as construtoras, que já pediram ao governo redução da alíquota de importação, são feitas em espaços mais curtos e, por isso, os reajustes são menores. Sem citar porcentuais de aumento, a Gerdau tem comentado que vem convivendo com um cenário onde a construção civil está aquecida no País e o Real depreciado, ao mesmo tempo em que o setor de aço passa por um momento propício no mundo, com forte recuperação. Isso tudo mostra uma excelente oportunidade para a empresa aplicar os reajustes.

As construtoras e as siderúrgicas entrar num embate sobre o preço do aço e os prazos de entrega. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) solicitou ao governo a redução do imposto sobre importação do produto, argumentando que em uma pesquisa 84% das construtoras reclamaram de desabastecimento da matéria-prima. A ideia é zerar o imposto de importação do aço, hoje de 12%, por seis meses para forçar uma queda nos prazos de entrega e preços por parte das siderúrgicas locais. A Gerdau já comentou que no Brasil existem repasses de preços por conta da alta de custos com o minério de ferro e a sucata.

A siderúrgica tem conseguido um bom aumento de margem, ao redor de 30% no País, o que não ocorria há muito tempo. A demanda tem vindo do setor de construção civil e de energia elétrica (transmissão e energia eólica), além do setor automobilístico. A CSN também afirmou recentemente que a empresa deve anunciar novos aumentos de preços de aço no segundo trimestre. Os reajustes servirão para recompor os custos das matérias-primas. Ele explicou que, na verdade, se trata de uma atualização de custos para a empresa se manter competitiva e dentro das margens do mercado. O Brasil está completamente dentro dos padrões de preços internacionais. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.